terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Hoje não existirá poesia

E se hoje chover? É verão. As manhãs são quentes e as tardes molhadas. Hoje chove; e a felicidade estará estampada nas faces dos que se banham em piscinas luxuosas nutridas pelo desvio do dinheiro público. O descaso dos políticos transformou a chuva em vilã dos pobres. Nós não podemos sentir a acidez das águas do céu escorrer por nossas faces; não podemos correr sem direção pelas ruas em busca da gota perfeita; não podemos sentir o encanto de botar uma pedra de granizo na boca para que não surjam mais dores de garganta. Isso tudo nos foi roubado. Os usurpadores nos tiraram a poesia da chuva. Nesta tarde não existirá poesia. Os ratos passearão felizes como se o mundo somente a eles pertencesse; os móveis usados serão guiados pela correnteza dos córregos; e as notícias dirão, sob a vontade dos que sorriem na beira das piscinas, que nós somos os culpados. Está aí o porquê de não existir poesia na chuva desta tarde.




pirenco

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

crônica dum viajante (26 de dezembro)

Grita o cobrador: “Pimentas. Leblon. Adriano Marrey.” Entram. Sacolas presas às mãos. Velhas. Sofridas. Negras. Brilham. Idosos olhos. Sol quente. Manhã. Domingo. 26 de dezembro. Dia de visita. Penitenciária. Existe missa? Não! A nudez será vista. “Filho. Lhe trouxe doce”.


pirenco

diante de ti

Quero recitar um poema sobre quem vejo.
Porém...
coração bate
mão treme
garganta... nada diz.

Mudo.
Estático.
Diante de ti
a poesia do amor ocupa a expressão do meu corpo.


pirenco

domingo, 26 de dezembro de 2010

O dia de abandonar a vida batendo e por vezes arrombando as portas da sua percepção. Nada a conforta depois que sentiu o frio do abandono. Sozinha. Triste. As lágrimas periódicas escorrem pelo sofrido rosto. 60 anos. Companhia. Cumplicidade. Tudo se findou após o barulho do projétil militar.


pirenco

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sem açucar.

Não é
doce como musse
de manga ou de
maracujá.

Nem é
tão esclarecedor
nem fatal
como o Wikileaks.

Ou
tão sincera
quanto a bomba
da Coréia do Norte.

A calma do mar
que derrepente
vira carma.

Como a paz
de um monge
pegando fogo.

O chocolate
dentro da caixa,
Lacta.

Doce, não é.
Doce.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

busco nas manhãs
busco nas tardes
busco nas noites
busco...
em todos os momentos,
a existência poética
da vida


pirenco

domingo, 12 de dezembro de 2010

O Grande Ditador




presente também no blog: artepapo.blogspot.com

sábado, 11 de dezembro de 2010

O abatedouro de pombos - I

Tiros no meio da estrada,
sangue na beira do riacho,
uma cruz de madeira-
no meio da praça central.

Plantação de cana,
estupro de damas,
o sol é testemunha
-do sangue que veio com a missão.

-Trago a salvação!
O escravo próximo é você!
Que nada tem de dizer,
a respeito dessa nossa expansão!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ANIVERSÁRIO DE LUIZ GONZAGA (98 Anos)



MUSEU FONOGRÁFICO LUIZ GONZAGA e a UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

Convidam a todo(a)s a participarem do ANIVERSÁRIO DE LUIZ GONZAGA (98 Anos)

Dia: 13 de Dezembro de 2010
Endereço: Rua Costa e Silva, 1304 - Bairro do Cruzeiro - Campina Grande - PB

Programação:
Visitação pública: a partir das 10 horas da manhã.
Missa campal: 18:00 h.
Shows musicais: a partir das 20:00 h.


Fonte: lampiaoaceso.blogspot.com

domingo, 5 de dezembro de 2010

A grande queimada.

No final da grande queimada, somente as árvores centenárias ficarão de pé. As Mangueiras, as Jaqueiras, os Coqueiros e o único pé de Pau-Brasil que sobrou.
Firmes e fortes darão sombra aos desconhecidos, aos viajantes (exploradores da vida). No Final da grande queimada, as cinzas serão levadas ao deserto, pro
outro lado. Porque aqui, só restará a sombra das minhas árvores centenárias.

sábado, 27 de novembro de 2010

A mensagem do poeta

O poeta é um mensageiro da vida
Ele canta a terra
Ele canta o céu
Ele canta o mar
Ele canta o homem,
E no homem
Está a maior mensagem da vida...

A mensagem do poeta
Fala do corpo da mulher,
Dos seus seios
Da sua boca
Das suas mãos,
Porque na mulher
Está a vida do poeta
Porque a mensagem do poeta
Vem do ventre da mulher

(Solano Trindade)

Mulher batente.

Suas mãos que pega no batente. Carregando na barriga gente. Gente que vai pegar no batente. Mesmo doente. Na chuva ou no sol quente. Mulher batente. Que cuidou da gente. Que mata e morre pela gente. Como é quente seu ventre. Como aqui fora tudo é tão diferente. Forte é você mulher batente. Forte é você.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Lucas da Feira H.Q. -Entrevista com Marcos Franco.

Voltando aos trabalhos, tenho o prazer de disponibilizar para tod@s uma entrevista concedida por Marcos Franco. Marcos é um dos produtores do H.Q. 'Lucas -Da vila de Sant'anna da Feira'. Lucas da Feira foi um escravo que se rebelou contra tal situação, andando nos arredores de Feira de Santana ainda nos idos do século XIX saqueando e cometendo diversos 'crimes' afim de manter-se vivo.
Com mais de 10 anos na cena dos quadrinhos nacionais, ele trouxe uma pesquisa histórica do popular Lucas da Feira para dentro dos quadrinhos. A empreitada vai somar pra construção de uma memória ativa do imaginário social, e contribuir diretamente para um viés mais aberto de discussões à respeito da história do protagonista- o próprio Lucas.






Pura: Primeiramente gostaria de agradecer em nome do blog, e dizer que esta casa é sua. Aqui você pode dizer o que quiser. Pra começar, como foi que surgiu à idéia de adaptar para os quadrinhos a história de Lucas da Feira?



Marcos Franco: Olha só, a idéia da criação do álbum surgiu há alguns anos, porém desde a infância possuía especial apreço pela figura lendária do Lucas da Feira. Sempre tive uma relação bastante próxima à cultura popular e as coisas ligadas ao campo. Costumava ouvir dos mais velhos “causos” e histórias sobre todos esses mitos do sertão, sobretudo a seu respeito. Foram essas lembranças que me instigaram a pesquisar e transportar ao universo dos quadrinhos sua polemica história.



Pura: Fale um pouco sobre o processo de pesquisa histórica para a concepção do álbum.

Marcos Franco: O processo de pesquisa se deu em dois períodos distintos. O primeiro deles ocorreu no finalzinho da década de noventa, na oportunidade entrevistei o pesquisador Joaquim Gouveia Gama e pesquisei o romance biográfico “Lucas, o demônio negro”, de Sabino de Campos. Já na segunda etapa, toda ela realizada em parceria com Marcelo Lima (o outro roteirista da HQ) teve inicio em 2008 e durou pouco mais de um ano. Durante esse período, consultamos cordéis, a dissertação de mestrado da professora Zélia de Jesus Lima e realizamos uma nova série de entrevistas com pesquisadores, historiadores e anciões da zona rural de Feira de Santana.



Pura: Há certa controvérsia envolvendo a figura de Lucas da Feira, alguns o têm como uma espécie de Robin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres, já outros o taxam como um criminoso desumano, qual dessas vertentes vocês seguiram?

Marcos Franco: Esta é uma pergunta bastante pertinente, todavia não foi nossa intenção fazer esse julgo moral no quadrinho. Na trama deixamos isso em aberto para que o próprio leitor possa fazer a sua interpretação. De qualquer modo, sendo ele considerado herói ou bandido, a sua influência na história e cultura feirense é algo inquestionável, como um forte valorizador, sobretudo, da cultura afro-brasileira.



Pura: Eu notei que vocês usam nos diálogos uma linguagem bastante coloquial, repleta de expressões regionais. Qual a preocupação em relação a isso?

Marcos Franco: Os diálogos coloquiais servem para criar um maior realismo à trama, ajudando na ambientação da região. Essa estratégia da uma maior densidade ao roteiro e, contribui para gerar uma maior empatia no publico leitor local.



Pura: Você acredita que uma obra em quadrinhos que trata de um personagem que está no imaginário do povo possa chegar às escolas e ter a aceitação dos diversos tipos de públicos?

Marcos Franco: Acredito que sim. Durante muito tempo os quadrinhos foram relegados a um papel secundário como forma de leitura, entretanto hoje vem alcançando um status diferenciado. Esse tipo de narrativa favorece ao desenvolvimento mais harmonioso entre as tarefas de analisar racionalmente e o trabalho de ler o mundo com sensibilidade. Além disso, os quadrinhos são de fácil acesso e possuem um grande prestigio no meio infantil, pois a junção de imagem e texto torna o ato de ler mais suave, dinâmico e lúdico.



Pura: Suas considerações finais, contato para adquirir o H.Q. e seu olá para os leitores do purasubstancia.blogspot.com.

Marcos Franco: Para finalizar, gostaria de deixar aqui o meu forte abraço a todos os leitores do Pura Sustância e agradecer a você Danilo pelo espaço e oportunidade de contar um pouco mais sobre o álbum em quadrinhos “Lucas da Vila de Sant’Anna da Feira” . A propósito, a publicação já está disponível para a venda na Livraria Atlântica do Boulevard Shopping de Feira de Santana e Banca do Aeroporto, Rodoviária e Livraria RV Quadrinhos de Salvador. Ah! Estamos também atendendo a pedidos de outros estados através e-mail: lucasdafeirhq@gmail.com

Texto e entrevista por Danilo Cruz, trabalho realizado entre 26/10 à 17/11 de 2010.

sábado, 6 de novembro de 2010

(...) e ela disse como se houvesse um nó na garganta
- OI
por alguns segundos...silêncio, e ouve a interrupção pela resposta seca
- Você é O e eu I. O....................I



pirenco

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Volta ao redor do...

Como gira o mundo? /Pra esquerda ou pra direita? /Como? /Como gira o mundo? /Ao seu redor ou ao meu redor? /E você, pra que lado gira? /Pra esquerda ou pra direita? /Pra esquerda. Ou. /Pra direita. / Girando feito besta.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

o brilho de um sonho

Uma das coisas mais incomoda deste mundo é deixar de sonhar para acordar. Abrir os olhos em uma manhã de sol ou de chuva me traz a horrível sensação de que meu coração deveria descansar.
No quarto onde me escondo das farpas do mundo tem o que ‘preciso’... cama, livros, criado mudo (o nome deste móvel não me agrada) e os ruídos da solidão - oras alguns alucinógenos me fazem companhia. Deveria ser fácil dormir com a solidão, o silêncio não incomoda muita gente; a mim sim! A eterna falta de barulho me deixa surdo e acabo fechando os olhos para não ver mais o quatro por quatro, fico cego. É nesse momento que me transporto para o mundo perfeito... lá não sou amigo do Rei, mas posso voar, voar, voar como os pássaros domésticos que fogem das gaiolas dos seus donos; as nuvens, só elas, podem observar de perto o brilho nos meus olhos.
Das alturas posso ver o mundo perfeito onde injustiça nem se quer existe no dicionário. A única coisa que ouço são os murmúrios das nuvens e do vento, que parecem dizer “será que o brilho dos olhos dele revela a descoberta de que isso é um sonho?” Finjo não escutar. Vôo para longe.



pirenco

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Lágrimas de conformação.

Não chore,
as lágrimas de conformação.

Lembrem-se,
que a vida não é feita de solidão.

E que,
no seu peito não tem lugar pra tristeza.

Apesar,
do bruto coração.

sábado, 30 de outubro de 2010

As flores

As raízes
nos mandam dizer
- por meio das flores -
como é a terra por dentro.


As flores murcham,
morrem,
porque aqui fora
a vida é uma merda.



Humberto Ak'abal

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Vá com Deus!

Caros, amigos e amigas, aos poucos certos vermes vão desaparecendo do corpo da política nacional. Morreu horas atrás o 'ilustre' Romeu Tuma: Ex-senador, ex-delegado do DOPS e ex-chefe do serviço secreto durante a ditadura militar nacional. Morreu este que desde do meu nascimento escuto falar pelos seus envolvimentos em assassinatos de pessoas de todas as esferas sociais do Brasil, de estudante à padres. Amissíssimo de Maluf e Fleury, o sujeito estava na pespectiva de colocar um coração novo e retornar à sua cadeira no senado no próximo 2011 que vem, mas, não deu. Vale também a lembrança, e dizer que, o milico recebeu 5,5 de votos em uma das suas empreitadas no estado de São Paulo. Pena não ter sido amarrado numa traseira de caminhão e ser arrastado por 3, 4, 5 kilometros até não sobrar mais carne deste câncer. Ou então, ter tomado uns choquinhos no saco. Ou, talvés ter arrancado todas as unhas deste verme maldito! Assim ele morreria em paz, pela ordem e progresso do nosso país.


Vá com Deus!

domingo, 24 de outubro de 2010

Carta aberta à opinião pública

Guarulhos, 24 de outubro de 2010.


Esta comunicação tem como objetivo colocar a opinião pública ciente da grave situação enfrentada pelos estudantes da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), do campus de Guarulhos, com relação à infraestrutura necessária para o bom desempenho de seus trabalhos acadêmicos, do qual depende a qualidade dos futuros educadores, pesquisadores, escritores e de todos os profissionais em formação nessa faculdade de “Humanidades”.

O campus da UNIFESP de Guarulhos foi fundado em 2007 e há quatro anos sofre as consequências do descaso das autoridades competentes e dos entraves impostos pela burocracia institucional. Entraves estes que se configuram como um crime contra a educação pública e a liberdade de produção intelectual.

Desde a fundação várias mobilizações estudantis foram levadas a cabo com o intuito de que se conseguissem condições mínimas para a permanência e o desenvolvimento dos educandos em formação.

A última delas alcançou algumas conquistas essenciais, como a construção de um restaurante universitário, que foi disponibilizado em caráter provisório pela necessidade urgente, mas permanece a mais de um ano atendendo de forma precária. Outra vitória para o movimento foi a substituição da reitoria corrupta que utilizava a verba que deveria servir à educação para a satisfação de luxos pessoais à custa do dinheiro público.

Mas os nossos problemas e motivos de mobilização não pararam por aí.

Há um projeto de expansão do campus que vem sendo negociado desde as primeiras mobilizações dos estudantes e que continua categoricamente sendo deixado em segundo plano, apesar da chegada de mais estudantes a cada ano. Para que se pudessem acomodar tantos estudantes, a Universidade teve que ocupar o prédio do CEU Pimentas – Guarulhos, ao lado do campus, que deveria servir à comunidade local atendendo alunos de Educação Básica e servindo aos jovens da região como um espaço de lazer e cultura.

Não consideramos justo e cabível ocuparmos um espaço destinado às crianças da rede municipal, quando há um projeto que já deveria ter sido concluído, cujas verbas estão congeladas por motivos que nos escapam. Exemplo disso é que o projeto de expansão do nosso campus é anterior ao projeto do novo prédio da reitoria (que já foi construído) na Vila Mariana e está em pleno funcionamento. Perguntamos: quais os obstáculos existentes para a aprovação e efetivação do primeiro e que não impediram a feliz concretização do segundo?

Salientamos que a boa acomodação da reitoria é imprescindível para o bom funcionamento administrativo de uma instituição de educação superior. Porém, havemos de concordar que não ter um prédio para recepcionar novos alunos, organizar uma biblioteca digna dos pesquisadores ativos que pretendemos formar e não oportunizar condições de moradia, de transporte e de alimentação para a permanência desses educandos constitui-se em uma clara violação dos direitos constitucionais da sociedade que cada vez mais se conscientiza da importância da educação para uma nação verdadeiramente democrática e independente.

É importante salientar que o conhecimento necessita de movimento, de fácil acesso e o fato de termos livros empilhados e distantes de nossas mãos e de nossos olhos por falta de prateleiras e de um espaço adequado para sua acomodação nos faz pensar no crime contra a liberdade de produção intelectual e democratização desse conhecimento que está sendo perpetrado entre os muros dessa instituição.

É por isso que nesse momento nos dirigimos à sociedade brasileira para manifestar nossa indignação, preocupação e nossa disposição para continuar lutando para que nós, nossos filhos e netos tenham condições cada vez melhores de se desenvolverem moral e intelectualmente, apropriando-se do saber culturalmente produzido, única forma de construirmos um cidadão pleno.

Levando em conta tal situação, nós estudantes, do campus Guarulhos e do campus da Baixada Santista, que vivenciamos dificuldades similares, nos vimos obrigados a paralisar nossas atividades acadêmicas para nos unirmos buscando efetivação e concretização das promessas que nos são feitas há anos.

Estudantes do campus de Guarulhos da UNIFESP.


http://unifespemgreve.wordpress.com/

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O satélite.



Caquende-Cachoeira-Ba

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Encardido.

Minhas camisas brancas não estão tão brancas,
como estavam minhas camisas brancas há um ano atrás.

Nem meus dentes brancos estão tão brancos,
como estavam meus dentes brancos há um ano atrás.

Não ligue você, agora, pros meus dentes,
nem pras minhas camisas que não são mais brancas,
como eram brancas há um ano atrás.

Hoje, tanto meus dentes quanto minhas camisas,
que eram brancas apodrecem num só tom:

encardido.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O poço d’água.

Dois amigos caçam no meio da roça, quando invadem uma propriedade de um desconhecido. O objetivo era beber água num poço d’água de 6 metros. O primeiro pula com ajuda de uma corda, e não se ouve mais a voz dele. Preocupado o segundo também vai e não se ouve mais a voz do mesmo. Agora quem caça é o silêncio.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

12 De Outubro

"Cadê o meu presente, o meu abraço?
A bicicleta que eu sonhei não vem com o laço.
Não tem bolo, nem alegria.
É dia das crianças, mas não pra periferia.
(...)

Facção Central
àquela que ainda não foi interpretada não existem palavras. Calo-me
dinte de tuas infinitas belezas. Resta-me,
atônito,
observar-ti.


pirenco
“Quando só, ele se consolava com o sonho dos quartos infinitos. Sonhava que se levantava da cama, abria a porta e passava para o outro quarto igual, com a mesma cama de cabeceira de ferro batido, a mesma poltrona de vime e o mesmo quadrinho da Virgem dos Remedios na parede do fundo. Desse quarto passava para outro exatamente igual, cuja porta abria para passar para outro exatamente igual, e em seguida para outro exatamente igual, até o infinito”.

Gabriel García Márquez – cem anos de solidão

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

''Sou um homem de pedra que escreve poemas, que assustam àqueles que me fizeram de pedra. Nas minhas mãos pousam pássaros de papel, que se alimentam das palavras que espalho e voam para horizontes aonde eu não chego. Para me entenderem, entendam os pássaros''


sérgio vaz

domingo, 10 de outubro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eu, o relógio e o cimento.

Eu, sozinho e confuso em meu apartamento,
Varrendo a vaidade como flores ao vento,
Comendo a castanha estragada em meio ao cimento,
Estabelecendo metas como se fosse dono do tempo.

Eu, sozinho e confuso em meu apartamento,
Rasgando as contas deixadas pelo tempo,
Observando o relógio como se fosse um monumento,
Beatificando santos que antes eram cimentos.

Eu, o relógio e o cimento,
E a vaidade,e a castanha,
E as flores, e o vento,
Sozinho, confuso, no tempo.

11/01/2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Depois do granizo...


Dois fatos internacionais em Guarulhos neste mês de setembro:

1º A chuva de Granizo que 'parou', 'animou', 'embelezou' a cidade (sempre lembrando que a última coisa que tinha parado realmente a cidade tinha sido o PCC). E
2º O evento Concertos Internacionais que deve passar com uma boa onda sonora de música no dia 26/09.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Amnésia total.

Temos que esquecer, uma hora temos de esquecer de tudo, amnésia total. O arroz no fogo ou a chave. Este é seu ponto de fuga. É um perdimento total. Não é crime não! Os 'modernos' acham que sua cabeça é um hd, mas, não é. Agora, cuidado! Arroz queimado, ficar fora de casa, é uma coisa, esquecer da recente história de 200 anos de opressão e tapa na cara, é outra. Vale o ditado que mainha disse 'quem bate esquece, quem apanha lembra' e por'aí vai.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Reformar.

'O que é reformar? Reestruturar? Não seria procurar dar nova forma àquilo que já existe, mas está defasado? Reconstruir dentro do que não está bom ou bem?
Os governos fazem reformas... As pessoas fazem reformas –em casa, no corpo, nas suas próprias vidas, etc-E as reformas existem, somente porque algo realmente está ruim. Reformar é diferente de revolucionar. Se, está bom, porque reformar? Será que os ideais não passam por reformas? Quem pensa, não pode reestruturar seus pensamentos? Ou reformar suas idéias?
Até onde vai seu censo de mudança? Existe um certo limite... Existe uma medida certa para mudança, para reformar, concorda, caro (a) leitor (a)? Quero uma legenda constitucional que me faça estar dentro desta própria sociedade que cresci. Chamam este mero direito de revolução? Eu chamo de reforma.'

Cerveja, Palmeiras e Buteco do Nildo: essa prosa saiu de mais um dia de sábado na casa do norte do Nildo (Guarulhos), juntamente com filósofos e cientistas sociais e escritores da mais ordinária categoria.

08/2008

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A bala perdida.

Ontem, passei por uma bala perdida,
ela vinha em minha direção, toda descabida,
não sei se foi por causa da bebida,
sai da frente e ela passou pela minha vida.

Eu não chamo isso de sorte,
foi a bebida que me deu suporte,
e a bala seguiu na direção do norte.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

em Guarulhos: Núcleocisne de Incômodo Urbano

Lucas da Feira




Marcos Franco (pesquisa e roteiro), Hélcio Rogério (ilustração) e Marcelo Lima (pesquisa e roteiro) irão lançar nos próximos dias o quadrinho: Lucas da Vila de Sant'Anna da Feira. No Aberto 2010 do CUCA e coquetel oficial de lançamento dia 24/09, no MAC - Feira de Santana.

Sinopse: Quem foi Lucas da Feira? Até hoje não existem dados precisos que detalhem quem foi o negro que se rebelou contra a sociedade escravocrata em que viveu. Sabe-se que atuou nos arredores da atual cidade de Feira de Santana, nos começos do século XIX, atacando tropeiros que iam ou vinham da Feira do Gado. Alguns dizem que fazia isso para depois repartir com outros negros e pobres, outros afirmam que nunca passou de um psicopata desumano. Longe de responder a essas questões, a obra Lucas da Vila de
Sant’Anna da Feira busca dialogar com diversas fontes, oficiais ou não, para mostrar uma história possível da personagem, suas motivações e assim reapresentar esse mito histórico brasileiro para os leitores do século XXI.


Rede: http://roteirizandohq.wordpress.com/

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Flor

Não cabe a mim, poeta, ofender uma flor.
Você é uma flor.
suas muitas cores...
seu cheiro aromático...
denunciam que é mesmo uma flor.

Não caberão minhas ofensas em teu pólen.

apenas observo-te
incomodado com as cores e o cheiro.
e em silêncio
passo
passo a passo
em busca de novos bosques.



pirenco

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

terça-feira, 31 de agosto de 2010

vô manda busca nos boy

Hoje tem vento e sol. Pego minha lata de óleo que forrei com papel jornal coberto de poesia marginal. Gosto de descarregar a linha lendo as minhas preferidas “enquanto eles capitalizam a realidade eu socializo os meus sonhos”. Só quem empina pipa sabe o prazer que é ver o maranhão no céu cada vez mais distante da terra... disbicar prum lado pro outro e descer retão. É muito foda. Só pra quem é.
Tá mó ventão, se pá a linha não vai agüenta, o estirante vai fica em cima hoje. Cola e vidro, união que dá prazer. O vento tá pro norte, vô manda busca nos 'boy' que só empinam da laje com medo das rua, os que usam 'nike', 'ray ban' e tomam 'sucrilhos', os que vivem presos em suas grandes casas vigiada pelo adestrado 'rottweiler' que tem a tarefa de vigiar o 'golfe' dos pedintes diários saídos daqui, dos becos.
Hoje vô faze a limpa, o cortante tá daquele jeito, fininho. Os que têm laje que me aguardem. Cortar e aparar. Vô trazer os deles na arte de empinar. Vô mostra que pipa é só pra quem é.
Os zé povinho dos telejornais dizem que é perigoso empinar, que corta as cabeça dos de moto. Mas aí... quem já empino na quebrada sabe que é foda passar as férias sem pipa, é o pouco que tem por aqui. É o que relaxa a mente, é arte. A gente passa cortante e corta os 'boy' da norte, esse é o lazer sem a escola. Agora... prus manos que andam de moto, que é correria, tão ligado o que fazer... colocam antena na veloz e já era. Agora os da tv tão na idéia de passa um pano prus que tem moto que custa todos os barracos aqui da quebrada; tão na idéia de proteger os que não olham pra cá, os que não tão aqui, os que não são daqui, querem proteger os que passam a milhão sem olhar pro lado. É a nossa arte que vai mandar a busca neles.
Já era. Cortei e aparei. Nem deu. Enrolo a linha lendo mais poesia...


pirenco

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

E- LIXO MAPS



Projeto desenvolvido entre a parceria do Instituto Sérgio Mota e Governo paulista que tem como meta, receber todo o material de informática e periféricos (pilhas, baterias, celulares, computadores, televisores, DVD’s, CD’s, rádios, lâmpadas florescentes) para o destino correto na hora do descarte na cidade de São Paulo. Agora é questão de consciência!

Aa fórmulas

Se eu fosse acreditar nas fórmulas passageiras das coisas não aproveitaria nada. Nem sorriria ao ler suas mensagens, como quem rir de um filme de comédia, que você já assistiu repetidas vezes na sessão da tarde. Um filósofo que eu esqueci o nome disse: 'Passageiro é tudo aquilo que você queria segurar nas mãos, mas não pode. Pois existe liberdade até nas fórmulas passageiras das coisas'. É um pouco confuso mas, eu entendi que, se você opta pela liberdade das coisas...tudo flui melhor. E você entendeu o que ele disse: 'Passageiro é tudo aquilo que você queria segurar nas mãos, mas não pode. Pois existe liberdade até nas fórmulas passageiras das coisas'?

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Rio

O sentimentalismo é o culpado pela fuga das águas de meus olhos. Não estou triste! Apenas rio, como aquela que se banha em águas frias numa tarde de verão.


pirenco

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O esconderijo

Olho-Grande, Olho-Grande,
onde estais, Olho-Grande?

Camuflado,
por trás dos falsos carnavais?
Dançando ao som da incompetência
e da inveja que pregais?

Me diz Olho-Grande, onde estais?

Xotando atrás de uma sanfona,
chupando peito artificiais?
Me perseguindo todos os dias,
como sombras fabricadas
-pelas velas dos castiçais.

Cuidado Olho-Grande, um dia a casa cai!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Os Fanzines não morrem!

Os Fazines não morrem, disso eu sei. Nunca! Podem inventar milhares de twitters e orkuts e blogs, os Fazines não morrem. Eles se infiltram dentro dos suburbios das casas das pessoas e daqui a pouco estão na sala de jantar, ocupando o lugar do antigo periódico daquele jornal mentiroso que teu pai lêra. Ou ocupa suas estantes, que antes você colocava apenas seus romances, ele chega e fica. Só que alguns encerram suas atividades e deixam uma lacuna enorme, seja na sua estante, seja nao lugar do periódico do teu pai. Aos que ainda resistem, vale apena a apresentação e a sempre confraternização eterna dos produtores e leitores neste anuário:




http://ugrapress.wordpress.com/anuario-de-fanzines/

sábado, 14 de agosto de 2010

CAMOMILA

Quando a água ferve
o mato desidratado
vira novamente flor.
Entra corpo a dentro,
guela a baixo,
aquietando os tantos sentidos,
abraçando a ânima, a alma
o espírito, as vibrações.
Suave, porém rude.
Disfarça, agarra com força.
Aperta, enquanto adormece.
Intorpece.
Retira as dores,
mas faz sangrar.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dúvidas no indicativo

Estou com sérias dúvidas quanto ao tempo do meu amor! não tenho certeza em qual pretérito ele se encaixa melhor, ou até mesmo se no presente lhe caiba; não consigo conjugar o infinitivo, o infinito do verbo amar; talvez seja por conta do inverno que gélido deixa meu peito, no verão tudo era diferente... sabiá cantava entoando com ponto de exclamação que o amor se encaixava perfeitamente no presente, amo!amo!amo!amo!, cantava... Agora, longe do pássaro e do sol que contornou sua face, resta-me a dúvida do tempo do meu amor.



pirenco

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

"eu costumo dizer"

Eu costumo dizer que escrever é um parto. Pensando nisso... "eu chego e parto. Me reparto porque parto. Carrego algumas pedras no meu sapato, é fato! Quase sempre me sinto incomodado, hoje e desde o dia do meu parto". Não sei se era bem assim o pensamento, mas, é por aí. E quando eu disse que "eu costumo dizer" pode estar havendo uma apropriação desse dizer, peço, desde já desculpas à quem o criou. Não foi minha idéia se apropriar de algo tão egoísta.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Aquém do concreto.




O artista alemão Jan Siebert retrata, em pinturas, os personagens da noite nas praças, bares e bordéis dos municípios de Santos e São Paulo. A exposição traz a versão do pintor para a realidade que poucos conhece: o lado b da noite paulista. O que te sobra é o realismo, onde podemos perceber em alguns exemplos das obras no site do museu responsável (Mube) pela empreitada. De 6 a 22/08; Terças, Quartas, Quintas, Sextas, Sábados e Domingos das 10:00 às 19:00, entrada franca.


terça-feira, 27 de julho de 2010

Espera

Escrevi isto num momento estranho da minha vida, é como uma carta de amor, que nunca seja lida pela pessoa amada, ou como uma Canção Sertaneja que nunca sai da sua cabeça, ou até pode ser comparada as letras de musicas emocionais =P. Mas é isso, escrevi e precisa ser semeado, espero que gostem.


Você é tudo que eu espero,
mas fazer tu esperar não é preciso
não vou procrastinar nossa pausa.
Isso pode durar um dia, duas semanas ou um ano.
Já esperamos mesmo para sentir o toque das mãos,
a força dos beijos, o arrepio do coração,
que grita, pede socorro, me tire deste turbilhão.
Espera, ainda vou te fazer a pessoa mais feliz,
você vai ser minha companianhia, criar raiz
num campo fertil, vou te cultivar.
Espera, vamos ser a árvore de frutos doces
galhos de amor e folhas de prazer
Vou ser só seu, você vai ver.
Eu sei, foi tão sucinto e intenso nosso primeiro momento
por muito tempo ou talvez nunca poderei esquecer.
Eu sei parece estranho, pode até não entender
mas sou bem mais complicado do que pode parecer.
porem um dia e isso prometo
serei só seu de mais ninguém
E se você não estiver mais aqui
vou ficar te esperando,
aqui te olhando e torcendo para você perceber
voltei estou aqui, não espere mais vamos viver!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Mexendo na ferida.

-Tem urubu na carniça no meio da estrada?
-Tem!
-Tem boi rasgando a cara no arame farpado?
-Tem!
-Tem lama e pedra ao invés de asfalto?
-Tem!

-Tem menino mexendo na ferida na poltrona ao lado?
-Tem também!
-E o menino bota a casca da ferida na boca?
-Bota!
-E o boi que rasgou a cara, estava fugindo?
-Estava!
-E a carniça que o urubu comia era do boi que fugia?
-Era!

-O urubu que come carne fresca de boi fugido, tem perdão?
-Tem!Assim como o menino que come casca de ferida tem a minha atenção.

Pensei enquanto me ia.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

ser

Eu quero ser o mal e o bem.
Quero ser o governo e a anarquia.
Quero ser a água e o álcool.
Quero ser a voz e o mudo.
Quero ser o medo e a coragem.
Quero ser a religião e o ateu.
Porém, hoje, não sei quem sou!


pirenco

Luz de um vôo

Através da janela vê imagens surdas que o som a ensurdece. Deitada sem querer se mexer, a janela lhe é o passaporte intimo para o mundo quadrado. Mergulha nos devaneios profundos do aquário seco e se afoga em si. Lucia nesta noite quase fria está sem vontade de juntar os cílios; acordada, observa os detalhes que a janela lhe trás: violência; vaidade; vulgaridade. Lucia calmamente se levanta, vai até a janela e num salto se entrega ao vôo do sexto andar de seu apartamento.




pirenco

Penso no escuro

E se eu morresse agora, antes mesmo de encerrar estas palavras? A posição me é favorável; os pés apontam para o nada que só existe no céu; as mãos ora em laços pelos dedos na altura do peito ora dando lucidez a esse relato estão gélidas por conta do calor vindo de fora; quanto aos olhos, esses não vêem nada que não seja uni-cor. Vivo como aquele que tem um telescópio e despreza as estrelas. O cheiro de merda que minha narina insiste em preservar outrora me incomodava; os aromas se uniram! Minha putrefação humana está em comunhão com o excremento no banheiro. Se eu morresse agora, a indiferença dos vermes animaria meu corpo de prazeres. Não sou nem serei o que desejei. Somente a morte me acolherá com seu manto de alívio.



pirenco

sexta-feira, 9 de julho de 2010

o estrangeiro

A quem mais amas, responde, homem enigmático: a teu pai, tua mãe, tua irmã ou teu irmão?
- Não tenho pai, nem mãe, nem irmã, nem irmão.
- Teus amigos?
- Eis uma palavra cujo sentido, para mim, até hoje permanece obscuro.
- Tua pátria?
- Ignoro em que latitude está situada.
- A beleza?
- Gostaria de amá-la, deusa e imortal.
- O ouro?
- Detesto-o como detestais a Deus.
- Então! a que é que tu amas, excêntrico estrangeiro?
- Amo as nuvens... as nuvens que passam... longe... lá muito longe... as maravilhosas nuvens!

pequenos poemas em prosa, Charles Baudelaire

quarta-feira, 7 de julho de 2010

MUSEU EM DEBATE!



A capital federal do país receberá entre os dias 12 e 17 de julho, o evento máximo da museologia nacional: O 4º Forúm Nacional de Museus. O encontro contará com profissionais e estudantes de museologia de todo o país e demais curiosos da área. Mini-fóruns, conferências e mini- cursos movimentarão a engrenagem do diálogo interdisciplinar. Para mais detalhes sobre a idéia do evento e suas curiosidades,acesse:
http://www1.museus.gov.br/
.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Sopro a sopro.

O vento, a brisa, o sopro, acaba aqui, quando se esbarra em mim. Aqui ele se divide. Toma outros rumos. Uma parte vai prum lado, a outra vai pra outra. Vai pelo mundo se batendo nos outros. E se dividindo, e se repartindo. Se esbarrando e morrendo dia-a-dia, sopro a sopro.

domingo, 20 de junho de 2010

Da laje

os matos, ao longe,
bem preservados
pelo desdém humano
dançam,
com a ajuda dos ventos,
a musica que ouço.

e a lua,
nesta tarde de calor,
sem a companhia das nuvens,
só,
só observa
à meia face.


pirenco

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Anarchy!



Já que política não se discute, Anarquia se discute. A discussão libertária acontece/ aconteceu nos dias 17 e 18 de Junho de 2010 num colóquio internacional, no Reino Unido, com o tema (Repensar a anarquia: anarquismo e política mundial),na University of Bristol. Proposta de grupos de estudos de textos anarquistas, que tem como propósito traze-los à realidade social, contribuindo para discussão global da atual situação europeia e mundial da sociedade e do sistema vigente.

http://anarchist-studies-network.org.uk/

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A ferida da laranja.

Uma vez eu li em alguma poesia que 'as pessoas se policiam para não ferir as laranjas, ao descascar. Mas, não se cuidam para não ferir seus amores'. E é verdade.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Por onde eu passo.

Essas ruas sem passado. Eu passo por essas ruas. Por onde eu passo agora. São ruas sem glórias. São ruas tão distantes e solitárias, quanto uma idosa de oitenta e nove anos. São ruas sem passado, essas ruas. Por onde eu passo agora.

11/5/2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Festival Varilux de Cinema Francês



Para aqueles que querem ir à França, mas, não podem. Principalmente para aqueles moradores das capitais solitárias. Que vivem só. Apaixonadamente só. Ou para os casais que planejaram ir passar a lua de mel em Paris, mas acabaram indo pra Paripiranga. Para aquela que sonha Paris. Ou pra você que tá de flerte com uma francesa.

Para todos(as), um bom filme!

sábado, 29 de maio de 2010

MERCADORIAS E FUTURO



Dia 30 de maio a partir das 20h no Teatro Alberto Maranhão, o público de Natal vai poder assistir pela primeira vez o espetáculo “Mercadorias e Futuro”, projeto paralelo de José Paes de Lira, vocalista do grupo Cordel do Fogo Encantado.

Escrito e interpretado por Lirinha, “Mercadorias e Futuro” é uma performance que une texto, som, luz e improviso. Na peça ele interpreta Lirovsky, um vendedor de livros que inventou uma parafernália de máquinas em forma de carrinho para ajudar em seu ofício. Mas ele não é um simples vendedor. É um comerciante de registros proféticos, mercador, rastreador de pistas, pesquisador e também inventor de máquinas.

Abordando temas como arte, comércio, direito autoral, dificuldade de unir arte e negócios e como trabalhar e ganhar dinheiro, Lirovsky, personagem condutor, tem o desafio de vender um livro de profecias e de mostrar como o livro é importante na vida das pessoas. Se utilizando de um aparato tecnológico que está sempre ao alcance, Lirovsky faz da narrativa de “Mercadorias e Futuro” uma linguagem nova, levando ao público a mistura de música, poesia e improvisações.

Por:Luciano Dantas (tchuei@gmail.com)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Rio de lágrimas.

Se ela juntasse as lágrimas derramadas por tamanhas desilusões, daria um rio São Francisco de lágrimas. Daria pra navegar de canoa ou de transatlântico nesse rio azul e sertanejo de lágrimas. Daria pra pescar sonhos inacabados nesse rio. Tomaria banho de lembranças nesse rio turvo de lágrimas desiludidas e pesaria sobre a minha nuca a queda da cachoeira desse rio solitário.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O descanso.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Rádio Antena Negra FM

O hasteador de bandeiras.

Levantar a bandeira é a profissão de Alves. Todos os dias é ele que levanta a bandeira da empresa. Levanta com orgulho a bandeira do Brasil, do estado e da empresa, da qual ele é o hasteador há quase 23 anos. Empresa que, por coincidência, produz bandeiras há 74 anos. Quando ele começou, começou no setor de produção mais foi evoluindo conforme seu esforço e hoje se orgulha de chegar onde está, hasteador -chefe. Alves não dá bandeira, faz média com todo mundo, do pessoal da produção ao pessoal que fala inglês do setor da administração. E, mesmo assim tem gente que tem inveja do cargo de Alves. Ele não entende. Logo, encara a inveja com sorrisos. Hoje de manhã, a bandeira estava hasteada a meio palmo. Alves foi encontrado com dois tiros no peito e com a bandeira da empresa sobre o corpo, estirado, no chão da recepção.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nada acontece aqui.

Aqui o progresso é medido por um metro de paralelepípedo na rua, por escândalos familiares que nunca acabam. Aqui, a areia da rua entra em casa e é colocada embaixo do tapete. Aqui, 10h00 ninguém tá mais na porta, pois já ficaram desde cedo.
Nada acontece aqui.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sete, onze e dezoito.

Nem no dia do meu nascimento eu fiquei tão nervoso e feliz quanto esse dia que contarei a seguir. Fazia sol, mas, acredito que a temperatura não importava nesse dia. Se estivesse nevando estaria nervoso e feliz do mesmo jeito. Não lembro nem se levei blusa pra me proteger do frio. Almocei com um certo medo do resultado da digestão; minha aparência era uma mistura de felicidade e ansiedade, o que posso descrever de forma resumida como: engraçado.

Lembro muito bem... quando eu tinha sete anos assistia aos jogos do meu time sozinho, eu e a tv; e sabia desde então que jamais torceria pra outro time no mundo. Meu irmão era muito pequeno e quando cresceu, passou a torcer pro time rival. Com onze anos, eu pedia pra meu pai me levar ao estádio, mas, ele dizia sempre que não tinha tempo, nem dinheiro e que torcia pro Bahia. Era uma resposta pronta. Ele nunca me levou ao estádio. Minha sorte era que os pais dos meus amigos também diziam a mesma coisa, menos a parte de torcer pro Bahia.

Depois do almoço, no banco do carona, com o vento na cara, com a blusa, com o sol, me dirigi ao que aqui no Brasil chamamos de estádio. Emoção? Tem gente que diz que não tem emoção no estádio. Eu não consigo colocar emoção nos outros, acredito que não seja essa uma das minhas boas virtudes. Por exemplo, este texto, que conta à primeira vez que eu fui ao estádio. Só vai ter emoção mesmo por aquele que um dia sentiu a mesma coisa que eu senti. E também não saberá explicar, como eu. E finalizará o texto aqui, como eu.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Pra não dizer que não falei da Rita.

Ela fazia parte da companhia de dança da cidade. Mas, tinha a bunda muito grande. Quando ela ia pra aula, aos 15 anos, era uma reviravolta nos olhares dos vizinhos. Era que a bunda da Rita era muito grande. Recebia muitas críticas da professora russa, sem bunda. Ela pensava em desistir. Ela pensava seriamente em desistir. Mas, um dia, como que algo inexplicável, João viu Rita. Melhor, João viu a bunda da Rita. E se apaixonou. Casou e levou Rita para o Rio de Janeiro, onde ela veio a ser uma grande profissional de dança. Rebolando a bunda.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Preferência de natureza

Casou-se infeliz, com um rapaz que tinha ejaculação precoce.
Claro que com o tempo, a divisão das dívidas, das tarefas de homem e mulher, e também com a chegada dos cães de estimação, a infelicidade cristalizou-se, tornou-se digna.
Antes ela gostava de um outro muito mais viril, mas ele casou-se com sua noiva de tanto tempo, uma moça que gemia muito mais que ela, e tinha lisos e escuros cabelos naturais.

sábado, 24 de abril de 2010

O banheiro da república.

O banheiro da república fede, tem pisos imundos e não possui de uma constituição muito parecida com as outras constituições que temos em grandes banheiros republicanos. O poder executivo do banheiro da republica vem executando com muito rigor as ordens vindas da assembléia. Ontem, foi descoberto uma infiltração na parede ao lado do ralo.E no exterior todos vem elogiando muito a política de seus mandatários, que alternan-se no poder oito vezes durante o mês. Isso significa que é um banheiro de uma república gregamente democrática. E, o senado deve aprovar ainda esse mês a compra de 5(cinco) panos de chão e depois a liberação de recurso para o reparo na infiltração. Depois desse reparo e dessa aprovação de conta, nunca mais teremos problemas no banheiro da república.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Rita Cadillac – A Lady do Povo


O documentário "Rita Cadillac – A Lady do Povo" estréia nesta sexta-feira nos cinemas.
Confira nas salas de São Paulo e Rio de Janeiro a partir do dia 16 de abril.

ESPAÇO UNIBANCO - SP - Sala 5 - 20h20 e 22h

CINE BOMBRIL - SP - Sala 2 - 18h

ARTEPLEX FREI CANECA - SP - Sala 8 - 15h40, 18h50 e 22h10

BOURBON POMPÉIA- SP - Sala 10 - 18h

ARTEPLEX BOTAFOGO - RJ - Sala 5 - 18h20

terça-feira, 13 de abril de 2010

Continuísmo desgovernado.

Continuo com falhas na barba. Continuo com os meus cabelos brancos. Continuo com os meus dentes sujos de verniz - que pintei quando era criança. E continuo olhando o espelho com a mesma emoção de antes. Continuo, pois não consigo ficar parado. Minhas falhas, meus cabelos brancos, meus dentes estão todos no continuísmo desgovernado de sempre.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

É tudo verdade.


Principal festival Latino Americano de documentários, acontence entre 8 e 18 de Abril em São Paulo e 9 e 18 de Abril no Rio. Programação disponível: etudoverdade.com.br.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ao contrário, tudo ao avesso.

Ao contrário ou tudo ao avesso./A fechadura fecha ao contrário,/quando é pra fechar, abre/ Quando é pra abrir, fecha/ A fechadura é feito boca,/ quando é pra fechar, abre / Quando é pra abrir, fecha./ E essa boca que fecha ao contrário, qual é?/ E a fechadura, de qual cadeado é? ou de qual portão ou porta, é?/ Como que se abre?/ Se tá ao contrário, tudo ao avesso./ Se tá ao avesso, tudo ao contrário.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A ilusão paga passagem.

Rocha que voa.





Documentário que conta os trabalhos de Glauber Rocha durante os anos de exílio, principalmente em Cuba. Dirigido pelo seu filho mais novo, Eryk Rocha. Se tiverem a oportunidade de assistir, prestem atenção nos comentários dos cubanos em relação a arte de Glauber. O filme mostra o autor em sua mais ampla concepção de integração com a sociedade latino americana, e o impacto desta integração na sua arte. Passando pela Africa e Europa, onde Glauber recebeu seus devidos méritos como cineasta.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Jegofobia.

É que tem gente que tem medo de tudo. E o último medo que eu descobri... é que tem gente que tem medo de jegue! Medo de jegue não, medo de passar perto de um jegue. Quando ver um jegue vai pro outro lado da rua, feito besta. E a pessoa, que tem medo do jegue, ainda diz que o que ela queria mesmo era morar num lugar onde nem não tivesse jegue nenhum. Podia ter de tudo, menos o jegue. Fico curioso pra saber o porque do medo dessa pessoa que tem medo de jegue. Sei que todo medo é explicado. Será que a ciência explicaria como jegofobia?


Por: Danilo Cruz.

quinta-feira, 25 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

domingo, 7 de março de 2010

Espanto.

Se eu te causar espanto,
é porque vou procurar meu canto.
Tudo que aprendi, levarei com seu pranto.
A vela, o choro e santo.

Volto pra visitar seu canto,
espero que não entres em prantos,
Tens meu amor e tudo quanto.
Agora partirei,
sem saber ao final, se estou pronto.


Por: Danilo Cruz.

sábado, 6 de março de 2010

Razão.

Foi o estabilizador que quebrou, não foi o silencio que gritou, mas foi à razão que virou, pois retornando da encruzilhada da vida perto da esquina do universo eis que o mundo abortou, paradoxalmente sem nexo mas com anexo, fez com que o vulto se revirasse interpretando o infinito através do finito, pois com muito pesar se repousou para rebobinar o programado, mas o que foi isto, é aquilo valera isso.
Mas com certeza kxharmkihsthzas saberá, pois ofuscando a luz da nevoa se, pois a ver no mirante a Fé perdida das minhocas mancas..., mas o que! Eram só canções de uma época perdida do futuro mas ainda presente no instante que se passo e remodelou para sempre o cadáver daquele ser vivo inanimado e rotulado.
Era de se esperar, pois no devaneio da vida refletindo sobre esses universos paralelos do inconsciente projetado miraculosamente sobre o nada e para o nada, cegamente viu uma visão que era ele, ouvindo o clarim no fundo do mar anunciando o crepúsculo das estrelas e o retorno d!...
Mas Que porra me perdi no labirinto da consciência, foi a gota d’água ou foi o saco cheio do balde que fez derramar o propósito, do delírio da demasia, daquilo ou disso, também poderá, xeretou o vomitório com vulgaridade, para daí interpretar as linhas da neurose da razão e seus interesses particulares jogado ao acaso.
Há mas já passou, foi à luz que acabou é a cabeça que virou.

*Por: Edson Matos,2010.
**E-mail: edson_alive@hotmail.com

Cintilando

A vida ia cintilando, entre as estrelas do ser...
A vida ia cintilando, entre as esperanças dos esquecidos no abismo do mundo, e a Fé perdida nas idéias esquecidas.
A vida ia cintilando, Entre ida e vinda ia como um tucunaré no rio da vida, esperando uma margem firme nas cordilheiras da cadencia ou águas mais profundas na aurora do mundo, ou apenas desembocar num oceano aonde o horizonte do fim seja apenas o inicio da transfiguração do ser...
A vida ia cintilando, entre desvairadas ilusões concretas, aonde se encontrava redemoinhos pré-fabricados pelos deuses, porque sempre iríamos encontrar no coração de cada ser abduzido pela alienação da multidão solitária as engrenagens para ser...
A vida ia cintilando, entre a poeira da chuva e o livre arbítrio dominado unicamente pelo vento do esquecimento, convém porem antes estuprarmos a lua, lar dos heróis, dos santos trapalhões, e dos super-egos salvadores dos grãos de areias e das formigas sem os seis sentidos para ser...
A vida ia cintilando, entre desvairadas esperanças entre ida e vinda ia à poeira nas estrelas de cada ser...


*Por: Edson Matos,2010.
**E-mail: edson_alive@hotmail.com

quarta-feira, 3 de março de 2010

A correnteza levou meu chinelo.

A água batia na canela, e eu não entendia nada no meio daquela confusão. Só sei que na hora que eu fui pular a guia pra ir pro outro lado da rua, meu chinelo caiu na correnteza que tinha se formado junto da beira do asfalto. Comecei a chorar. Ainda mais depois que olhei pra frente e vi que meu chinelo ia cair no córrego. De repente, um senhor começou a correr atrás do chinelo, mas, a correnteza era forte, o chinelo ia mais rápido do que qualquer outra coisa, o senhor corria, dava o máximo de si e o chinelo caiu no córrego. E eu chorei mais alto. E o homem ao me ver chorando desesperado, pulou no córrego. No outro dia o senhor passou no jornal. Entrou nas estatísticas das chuvas de verão. Ele morreu e eu fiquei sem meu chinelo. Eu estava perdido e meu chinelo quebrado!

Por: Danilo Cruz.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

nova definição

É necessário pensar em como o ser humano agi; às vezes penso que se deveria mudar a palavra: humano. Sei lá, talvez a nossa definição, de como somos, de como agimos, necessitasse de uma nova expressão, com maior reflexão, mais apurada. Escrevo isso pelo fato da morte do prisioneiro político Zapata ter ganhado repercussão global; este, após meses em greve de fome, faleceu. Sua privação alimentar tinha como reivindicação os supostos maus tratos em uma prisão cubana.

Seria uma morte naturalizada, assim como as dos meninos assassinados diariamente nas ruas das periferias no Brasil, se não fossem os olhares atentos dos urubus oportunistas. Os ‘’seres humanos’’, aproveitadores, aguçados pelo cheiro de carniça, pouco se importam com quem morre; nesse sistema vigente não é comum se importar como o outro, amenos que o outro seja usado de alicerce para a ideologia de privilégios individuais sob o detrimento dos direitos universais. Se uma pessoa morre por tortura policial na periferia brasileira, não há uma linha nos jornais; se morre em cuba – como foi o caso Zapata, o mundo capitalista grita por direitos à liberdade. Não comparo aqui as mortes, e sim os interesses políticos por detrás delas.

Como já dito, nestes tempos de barbárie, onde o desrespeito aos direitos é regra, deve-se pensar numa nova definição para isso que hoje chamamos humano.


pirenco

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Suas digitais.

Sabe, as portas? Lembra das portas? As portas abertas? Elas continuam do jeito que as encontramos. Abertas, escancaradas para nossa loucura eterna. Sabe, as chaves? As chaves que trancam as portas da nossa loucura eterna? Eu as perdi. Sabe, a campainha? A que se toca para abrir com as chaves que perdi as portas da nossa loucura eterna? Ainda aguarda suas digitais.

Por: Danilo Cruz.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Zé e Maria e a Estabilidade.

Zé quer a Estabilidade/ Zé tem dois filhos e Maria/ Maria deu cria e quer Zé/ Que quer a Estabilidade./ A Estabilidade nem olha pra Zé/ Pois Zé pai/ E é casado com Maria/ Toda noite Maria ver Zé sonhar/ Com a Estabilidade/ Não com Maria./ Zé chegou tarde outro dia./ Isso causou fúria em Maria/ Que jurou matar Zé se ele sonhasse com a Estabilidade outro dia.



Por: Danilo Cruz, 01/2010.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

contradição do sistema capitalista

video que mostra o aperreio e a luta nas periferias da cidade de sp.

http://passapalavra.info/?p=18605

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

acesso à construção

Não quero sensibilizar ninguém, pois não uso as mesmas manhas dos que me cercam, dos que bombardeando diariamente o meu cérebro com informações sensacionalistas em busca da audiência. Apenas escrevo por não ter nada para mastigar; gosto de escrever e sinto alívio ao ver às palavras expressas numa folha de papel. É esse alívio que me alimenta, tapeia o estomago e me faz sobreviver.

Desejo que ninguém leia este relato, por isso escrevê-lo-ei somente para minha apreciação. O assunto é particular; não cabe a outros nele interferir nem que seja por apreço. Se estas palavras caírem em mãos que não as minhas ordeno que as jogue no lixo; este material é reciclável e será útil se para esse fim for destinado.

Minha família... (se continua lendo é porque não compreendeu que o assunto é pessoal. Pare!) como havia dito, minha família é composta por seis pessoas. Meu pai é quem comanda o barraco, desde as despesas alimentares ao esforço para que eu e meus quatro irmãos estudemos. No barraco não rola treta com as contas de água e luz, a gente é ligero, rola gato. A única treta que rola é pra gente estuda, o véio pega no pé grandão, qué sabe o que rolo naquela escola de merda. Não. Tô sendo injusto. O rango de lá é firmeza, mas só isso.

Areia, pedra e cimento. O véio sai sempre cedinho pra ir pro trampo, sem nunca se esquecer de desejar um bom dia e bons estudos pra gente. Meu pai pega o busão, caro e sempre lotado, que pra chega na construção - onde deixa a sua força e o seu suor - gasta em média noventa minutos. Não sou bom de cálculos, mas vou tentar somar... noventa pra ir + noventa pra voltar = três horas. Três horas + nove horas (gastos no trabalho) = 12 horas. Este é o tempo destinado ao trabalho, à construção. Mas não nos deixemos abater pelos números.

Bonita como na maquete, a construção está quase pronta; será um grande e bonito campus universitário. Meu pai chega todos os dias comentando sobre a beleza do serviço. “Tá ficando lindo. Lá é grande. Um dia você vai estudar lá.”
Depois dele ter vomitado todas as empolgação, pego um copo d’agua e fico pensando nas ultimas palavras do meu pai. ‘’um dia você vai estudar lá.” Como vou estudar lá se não rola estudar aqui? Cheguei ao ultimo ano do ensino médio e só o que vejo é o caminho perverso que me joga dentro da maquina de moer pobre. O Estado nos dá a ilusão, vivemos com ela, precisamos dela, sem ela não rola a construção.

Não acredito que alguém tenha chegado ao fim deste relato, mas se alguém o fez, passando por cima da minha ordem, não se preocupe, não se sensibilize, enfim, nada, não faça nada, seja você. Apenas festeje o seu acesso à construção do meu pai.



pirenco

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Novo visual


Olá amigos do Pura Substância!


Estamos com a idéia de mudar um pouco a roupagem do nosso blog. E eu estou trabalhando no novo projeto visual do nosso "cantinho", essa é uma pequena parte do que esta por vir. Dicas e sujestões são bem vindas para melhorarmos o nosso espaço, você tem alguma? Sintasse a vontade de colocar o dedo em nossa "panela"!
=]

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Cobrança no boteco do Gordo.

Eu estava no bar, e quando estou no bar estou em casa. E também por que me sinto num altar, meu baralho e meu dominó são como a vela e o santo. No sábado, estava no boteco do gordo e ao meu lado o vizinho conversava com Mauro, e eu conversava com o gordo e ambos tínhamos a satisfação de estarmos ali como se fosse o céu mais perto do mundo. Uma cerveja de leve, minha azeitona sagrada e sol. O vizinho saiu um instante até a calçada pra cuspir e o sol desapareceu. Dois sujeitos estranhos cobrando uma grana, em voz alta, dando prazo de busca e tudo e o vizinho ficou sem voz.
O Gordo achou estranho e preferiu não comentar nada. O Mauro ficou preocupado e o vizinho partiu pra sua casa em passos largos. Eu continuei bebendo minha cerveja que por um momento esqueci. Não fiquei muito assustado, fiquei sem entender, mas, não assustado. Minha cerveja acabou, pedi um conhaque -Pra queimar tudo. Era por volta das 15h00 quando o filho do Mauro chegou no boteco avisando que o vizinho estava morto. Foi encontrado enforcado no seu quarto.




Por: Danilo Cruz.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ca-lorque-i-ma.

Calor/ temperatura elevada que queima tudo/ que provoca dor/ o calor/ natural momento de vapor de nós mesmos/ calor que me cega como um raio/ me remete ao arder dos meus olhos/ calor que dá sede/ que lembra seca/ que seca tudo/ calor que é fogo.


Por: Danilo Cruz.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Feliz 2010!

Amigos, Quero desejar um feliz Ano novo a todos que visitaram meu blog no ano anterior, também agradeço a minha familia pelas criticas e sugestões que sempre são sinceras e bem vindas [meu termometro]. Quero agradecer o amor daquela pessoa que tanto me fez feliz este ano, e que com certeza muito mais esta por vir. Neste momento tão propicio, gostaria de lamentar a indone das pessoas que têm feito mal ao seu próximo, seja por inveja, rancor ou falsidade, lamento tanto que não sei dizer o quanto. Eu, neste momento, lamento não te sido mais conveniente nas minhas escolhas, lamento não ter sido mais paciente em minhas fraquesas, lamento não ter sido mais racional em minha raiva. Gostaria de ter sido mais perfecconista em meus desenhos, pesso desculpas aqueles que não consegui agradar com meus rabiscos, mas com a certeza de ter sido o mais verddeiro possivel em meus traços. Obrigado aqueles que não me negaram abraços. Um brinde a vida, um brinde a amizade, um brinde a enbreagues de quem vus escreve, um brinde ao ano que virá, pois este ano eu aprendi... Um brinde a vida!