quarta-feira, 3 de março de 2010

A correnteza levou meu chinelo.

A água batia na canela, e eu não entendia nada no meio daquela confusão. Só sei que na hora que eu fui pular a guia pra ir pro outro lado da rua, meu chinelo caiu na correnteza que tinha se formado junto da beira do asfalto. Comecei a chorar. Ainda mais depois que olhei pra frente e vi que meu chinelo ia cair no córrego. De repente, um senhor começou a correr atrás do chinelo, mas, a correnteza era forte, o chinelo ia mais rápido do que qualquer outra coisa, o senhor corria, dava o máximo de si e o chinelo caiu no córrego. E eu chorei mais alto. E o homem ao me ver chorando desesperado, pulou no córrego. No outro dia o senhor passou no jornal. Entrou nas estatísticas das chuvas de verão. Ele morreu e eu fiquei sem meu chinelo. Eu estava perdido e meu chinelo quebrado!

Por: Danilo Cruz.

Um comentário:

bru pirenco disse...

após ter lido esse escrito, fiquei pensando... por qual motivo o senhor do conto pulou no córrego? será que foi pelas lágrimas da personagem narradora ou pelas constantes enchentes fruto do descaso do Estado?