sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

nova definição

É necessário pensar em como o ser humano agi; às vezes penso que se deveria mudar a palavra: humano. Sei lá, talvez a nossa definição, de como somos, de como agimos, necessitasse de uma nova expressão, com maior reflexão, mais apurada. Escrevo isso pelo fato da morte do prisioneiro político Zapata ter ganhado repercussão global; este, após meses em greve de fome, faleceu. Sua privação alimentar tinha como reivindicação os supostos maus tratos em uma prisão cubana.

Seria uma morte naturalizada, assim como as dos meninos assassinados diariamente nas ruas das periferias no Brasil, se não fossem os olhares atentos dos urubus oportunistas. Os ‘’seres humanos’’, aproveitadores, aguçados pelo cheiro de carniça, pouco se importam com quem morre; nesse sistema vigente não é comum se importar como o outro, amenos que o outro seja usado de alicerce para a ideologia de privilégios individuais sob o detrimento dos direitos universais. Se uma pessoa morre por tortura policial na periferia brasileira, não há uma linha nos jornais; se morre em cuba – como foi o caso Zapata, o mundo capitalista grita por direitos à liberdade. Não comparo aqui as mortes, e sim os interesses políticos por detrás delas.

Como já dito, nestes tempos de barbárie, onde o desrespeito aos direitos é regra, deve-se pensar numa nova definição para isso que hoje chamamos humano.


pirenco

Um comentário:

Danilo Cruz disse...

Concordo! Imagem de morto na tv é interesse comercial desde que me conheço por gente. E a 'grobo' dando importância pela morte de um 'dessidênte(?)'cubano, é novidade pra quem?