quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Conheça a Casa do Cordel




Conheça a Casa do Cordel:
Rua Vigário Bartolomeu, proximo ao mítico “ Beco da lama”.
Seja um associado da casa por apenas R$1,00.
Tel: 9147-6182 (Poeta Abaeté)
E-mail: oencantodocordel@hotmail.com

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A poesia de meu amor.

Meu amor pediu uma poesia pra nós/ Perguntei quando ficariamos a sós/ Disse que escreveria sobre tudo que foi feito pra nós/ Da areia da rua da casa dela até as duas passagens que reservei pra nós/ Meu amor pediu uma poesia/ Disse que escreveria as melhores letras/ Que seria a melhor poesia/ Que de tudo eu escreveria/ Se ela viesse morar comigo um dia.


Por: Danilo Cruz.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A herança, o palácio e a ferrugem.

Era um palácio coberto de granito/ Era um palácio com ouro e prata/ Era um palácio com carroagens e cavalos/ É uma casa/ Abandonada/ Sem ouro e sem prata/ É uma casa abandonada/ Onde a ferrugem é a carroagem/ E fede os defuntos dos cavalos.

Por: Danilo Cruz.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Benção, padim!

Quando eu nasci,
não pedi a benção ao padim,
não arrumei um padim,
não implorei por um padim,
não chorei aos pés do padim.

Quando eu nasci,
simplesmente, nasci.



Danilo Cruz.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Espinhos e trovoada.

No concreto,
as nuvens se formam,
e cai feito trovoada.

No abstrato,
as nuvens se formam,
e cai feito espinhos no asfalto.

No concreto,no abstrato...
As nuvens se formam,
e cai.



danilo cruz

sou feliz

Descobri que não sei o que é sintaxe
o que é a axioma
nem o que escreve Dostoiévski
Bandeira
Drummod
João cabral
nem o que diz minha mãe.
Todo não saber
me faz feliz.

Triste seria
perder o prazer da descoberta.
Triste seria
se soubesse tudo
sobre todas as coisas.


pirenco

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Paralisia do sono


Momentos perturbadores que nos tiram da realidade, nos carragam para outra dimenção, nos causando medo da morte, medo de nunca mais sair daquela bolha escura, onde não se respira, onde não se pode mover um só dedo. Pesadelo de onde mesmo quando me dou conta que estou, não consigo sair, despertar, clamar por ajuda.
Depois de muito tempo de luta, consegui dominar o tal pesadelo, olhei para mim mesmo, estava fora do ar, interagindo com outros espiritos, pessoas ou sei la eu oque. É uma dimenção profunda, onde nada parece ser sólido, apenas vultos. Um barulho ensurdecedor circunda o local, é o silencio. Não a luz, todos parecem gritar, fantasmas de pessoas próximas. O medo é inevitavel, mesmo quando nos conformamos por alguns milisegundos com aquela realidade. Derrepente descubro uma porta de escape, acordar, mas mesmo parecendo ser a saida, posso lhes afirmar, é a pior parte! É como estar debruçado para o lado de la da ponte e tomar a iniciativa para pular, é como puxar o gatilho,é como se toda a perturbação estivesse ali, entrando como agulhas para dentro do meu corpo, que é de onde saiu. Atravesso camadas e camadas de realidades, até chegar a lucidez total. Acordei, e mesmo podendo sentir o toque da pele, abrir os olhos, pensar que tudo esta bem, ainda não estou tranquilo, tetei analizar tudo que se passou, e com a camiseta, palma das mãos, cabelos e meu rosto inundados de água, não consigo nem piscar. Sobrevivi.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Zine Inde 2 em 1.

O Zine Inde lançou recentemente 2 edições em uma só vez.









Para receber em sua casa, é só mandar seu endereço para: zineindeemsp@bol.com.br / danilohccruz@hotmail.com

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Noite feliz

Madrugada fria e chuvosa, o chinelo batido protege o antigo e machucado pé. Pedro. Assim é chamado o nosso herói por entre os amigos da coleta de recicláveis. Ele está com sorte nesta noite; ganhou alguns trocados, durante o dia, das idosas que recebiam a aposentadoria do mês; sua tática era antiga, abordar as senhoras pedindo-lhes moedas pra matar a fome, e em dia de pagamento, na porta dos bancos, é fácil persuadir os bons corações movidos pelo medo.

Conseguiu comer num restaurante popular, comida barata, gostosa, “pena que é só o almoço” pensa Pedro. O seu estomago que não pensa, mas grita; gritou alto e pediu mais às moças que depositam a ração na bandeja rasa. Depois dos olhares que o culpavam, ele foi servido.

“O presente não espera o amanhã”. Pedro gosta de lembrar dos tempos em que era estudante de filosofia, lembra das discussões na faculdade e sempre diz a si frases soltas ora suas ora dos filósofos preferidos. A filosofia, porém, nesta noite, está na falta de ruídos do estomago, comera pro dia e pra noite.

Com sua carroça sempre a lhe fazer companhia e, pros castigos do profeta camarada dos céus, uma capa de chuva amarela, cor de destaque que evita o choque com os carros acelerados controlados pelo álcool; Pedro vai caminhando e ...

olhando sempre atento aos detalhes da rua, os prédios, os faróis e o olhar mais que atento, olhar de sobrevivência, aos restaurantes. “ah... estes merecem minha atenção”; aguardava, aguarda, aguardará os restos que não cabem mais nas barrigas já cheias; por sorte a comida é negada por uns e oferecida em sacos pretos a outros. Sempre antes do jantar, como que num ritual religioso, Pedro se lembra...


Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio,
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão.
Não era um gato.
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Ainda quente, tem de tudo, macarrão, arroz, feijão, pedaços de frutas mordidas e dessa vez, algo raro, um livro.

Mastiga
Engole



pirenco

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Burguês ?!?

Acordou sem deixar a cama, o som da chuva caindo lhe dava vontade de continuar deitado. “Não! Preciso levantar”, pensou. Levantou. 9:32 apontava o relógio; no banheiro, o rotineiro das manhãs, levantar a tampa do vazo, direcionar o pinto e mijar. Com os olhos fechados escuta o barulho da urina bater na água. Lava o rosto e se olha, espantado, se seca. Na cozinha prepara o desjejum, pães e bolachas lhe dão a opção. Ao saborear lentamente os alimentos, recorda o dia passado quando viu um homem, caído no chão, bêbado, à porta dum bar. Não entende como, e por quê, o dono do bar, das pingas e do aparelho de som antigo podia vender tanto álcool a uma pessoa, a ponto da calçada se tornar moradia e a cama quente do homem que ao meio dia dorme, como nunca tivera dormido.
Finda o café, escova os dentes sem esquecer o fio dental. “Agora sim”. Pensa. “estou pronto pra estudar!”. Abre o seu livro preferido e em voz alta lê para si o manifesto comunista.



pirenco

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Olhos furados.

Quando ele chegou aqui no bairro, com aquele sotaque estranho e jeito diferente de andar, não poderiamos imaginar que o rapaz trabalhava com esse tipo de coisa. Todos achavamos, inclusive eu aqui atrás desse balcão que ele era um crítico de arte ou um escritor de renome nacional. Pensava eu que o dito cujo era um membro da academia brasileira de letras. Principalmente pelo jeito de se vestir, muito elegante e sempre, na mão, dois ou três livros. Sem contar quando, quase sem querer, ouvia ele conversar com os ordinários que ficava em frente do meu balcão, sobre poesia e arte. Ele era o único que chegava com aqueles discursos bonitos e refinados, pois eu, de arte só entendia de novela que assistia sempre com minha patroa. E mesmo assim não decorava nome de ator.
Sempre pelo fim da tarde, o homem passava em frente minha venda, mas, naquela sexta ele não passou. Normal, pois poderia estar doente. Ou não iria trabalhar naquele dia, já que tinha ouvido que aquele era o horário de ida ao trabalho do tal. No outro dia, já por volta do meio dia, fiquei sabendo que o mesmo tinha morrido. Sim, morrido. Pior, tinha sido assassinado. Os ordinários que frequentam minha venda disseram que foi uma cliente que o matou. Com duas facadas, uma em cada olho. Eu não entendi muito bem o motivo, mas, os ordinários, fofoqueiros que são, falaram que o sujeito era garoto de programa,prostituto, homem da vida, como queiram, e sua principal moeda de troca eram os livros. Os livros! Disseram que a cliente, ou o cliente, eu não entendi muito bem, pagou a ele com livros de Paulo Coelho, a coleção inteira. E ele achou de reclamar e disse que o acordo não era com livros de Paulo Coelho, mas sim com livros Paulo Freire . Eu só sei que por causa de um desses Paulos o homem perdeu os olhos e viu a vida ir na contramão.

Danilo Cruz para Pura Substância.

domingo, 27 de setembro de 2009

Chego, logo parto!

Aqui chego sem nenhuma novidade, nenhum apreço por coisas muito chamativas ou nenhuma nova prece. Não! Chego aqui para purificar minha alma ou formatar minha cabeça. Chego aqui apenas com o corpo (que continua muito franzino). Chego pra nadar no teu rio, curiar o teu sol e ir à feira. Chego pra tomar suco de genipapo e comer suflê de legumes. Aqui chego e logo partirei... Não antes de tirar fotos de coisas simples, rir de mim mesmo e ser jurado pelos meus mais doces inimigos. Chego, logo parto!



Danilo Cruz

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Silêncio

Não consigo mais suportar o silêncio. Nele tudo me atormenta, nem o tic-tac do relógio posso ouvir porque as pilhas que davam vida ao som pararam. Sem gritos nas ruas, sem o barulho dos carros, sem o avião no céu, não há nada. Não existe som, não há música nesta noite. Não consigo falar, pois não há ninguém com vida neste lugar; se ao menos houvesse uma flor ao meu lado sussurraria para seu pólen palavras soltas, sem importância. Talvez diria como foi o meu dia. Não! Por sorte não tenho uma flor, ela morreria ao ouvir o meu relato. Tenho próximo a mim um espelho, triste objeto que só reflete uma pessoa; se ele pensasse daria uma nova definição ao meu ser. Estou com sono. Quando era criança ouvi uma história de que os sonhos são mágicos; neles você pode fazer o que quiser; tomara que o velho contador de histórias falara a verdade, pois, se assim for no meu sonho vou escutar os gritos de um suicídio.



pirenco

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

os olhos na viela

Qual será a sensação de matar alguém? Sim! Desejo conhecê-la, pois me atormenta o forte desejo da matar um ser. Todas as noites, deparo-me, numa viela, com os olhos mais inquietantes que já vi. As duas esferas no rosto não param de me olhar, não existe um só instante que eu não esteja sendo observado. No meu percurso noturno, caminho lentamente e ele me olha; sempre na mesma viela. Pelas manhãs me pergunto se quando o sol se for ele ainda estará lá. Quero matá-lo de qualquer forma. Faço todo o caminho imaginando como seria se eu tivesse um revolver, não me importaria com o calibre nem tão pouco com o barulho. Pensando bem, seria interessante se houvesse muito barulho no disparo, um tiro que incomodasse os mais velhos ouvidos que habitam as ruas que fazem ligação com a maldita viela. É pena não ter um revolver. Não conheço ninguém que me emprestaria uma arma para esse tipo de serviço. Na rua onde moro há uma venda, uma casa do norte; lá eu sei que vende estilingue. Não sei se um instrumento pra criança matar passarinho resolveria o meu problema, porém toda noite imagino... se eu tivesse um estilingue... o brinquedo inimigo dos pássaros... faria o teste escolhendo a dedos a pedra perfeita. Toda noite, no momento em que um dos meus pés se adianta e entra na maldita viela, ganho a companhia das esferas observadoras. Uma noite dessas pensei nos seres que não conseguem piscar, logo os peixes vieram à cabeça; busquei na memória outro com a mesma habilidade, não encontrei. Não paro de pensar em fechar os olhos que me vigiam. Pelas manhãs busco uma sensação de alivio, não encontro. Não terei sossego enquanto ele estiver vivo. Enquanto ele vive eu morro, estou morrendo todas as noites.




pirenco

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

lamento na gaiola







Os pássaros não cantam; eles se queixam da paisagem.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Por um gosto.

Quando não gosto de minha poesia, faço outra poesia./ Que provavelmente não será publicada./ Nem lida./ Quando leio minha poesia em voz alta./ É minha faca que te corta./ É o que gosto e o que não gosto./ Pois minha poesia, ela é agora, a tua poesia./

terça-feira, 28 de julho de 2009

Cegos que apoiam o golpe militar

As palavras ditas no programa caminhos da economia são perigosas, pois os presentes expressam uma única idéia e esta legitima o golpe militar em Honduras. A historia se repete por não conhecermos o passado. Em 1964 o golpe militar no Brasil, representou uma época de atraso para a humanidade, as torturas físicas e mentais e a censura tiveram papel de regredir o desenvolvimento dos seres como humanos; e o que me entristece na historia de hoje é ver que pessoas que viveram estes tempos passados apóiam o golpe militar em Honduras. Sob a afirmação de defesa da constituição, os golpistas deixam de cumpri-la. Não concordo em nada do que foi dito no programa da rede vida de televisão, no entanto creio que seja fundamental se expressar. Algo que os golpistas fizeram ao expulsar o presidente eleito democraticamente foi censurar os meios de comunicação. Surpreende-me muito não ver comentários de pessoas esclarecidas, como aparentam ser, não relatarem este fato; fico imaginando qual será a intenção do programa em esconder fatos? Qual será a intenção do programa em expressar uma única idéia? Fala-se em ideologia soviética, bolivariana, cubana, enfim fazem criticas sobre estas maneiras de política, alegam que são totalitárias, desumanas e alienantes; Ora, eu pergunto, no que o programa caminhos da economia se diferencia do que critica?
Meu ateísmo não me faz fechar os olhos para Jesus, pois seus pensamentos são fundamentais para o desenvolvimento cada vez maior dos seres humanos. Acredito, sem sombras de duvida, que o compromisso com o social é fundamental para caminharmos sentido à liberdade. Se os defensores do golpe militar conhecessem Paulo Freire... “Com Marx na mundaniedade a procura de Cristo na transcendentalidade”. Que triste é não querer ver. E a história vai se repetindo graças aos cegos pregadores.





o apoio declarado aos golpistas em Honduras no programa de televisão caminhos da economia, da rede vida de televisão, canal ligado às crenças religiosas cristãs; fez com que este texto fosse gerado e enviado aos apresentadores do programa.



pirenco

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Comédia

Pela lei, se perdemos um parente direto,
temos direitos a nos ausentar por 3 dias do trabalho.
quem casa, tem 5 dias.
Quando nasce um filho, a mãe tem licença de 120 dias e o pai ganha 5 dias.
Como se chega à conclusão de que três dias de luto é suficiente?
Por que dois é pouco e quatro é demais?
Seria o primeiro dia para enterrar o morto,
o segundo para limpar os armários
e o terceiro pra chorar?

E depois, a vida continua?!



quarta-feira, 8 de julho de 2009

por entre os vivos

Não sou o Brás, mas também escrevo depois de morto. Meu nome o mundo conhece... todos já ouviram falar em coca-cola, Jesus Cristo e Michael Jackson. Sou o ultimo da lista, porém meu nome é o único que cantou, dançou e bebeu; claro que há também a personagem de Manuel Bandeira, só que ela foi, em vida, diferente de mim, morava em um barraco sem numero; eu morava onde todos sabem: na terra do nunca.
Também troquei de cor. Se tivesse uma chance de falar com o segundo da lista - talvez agora dê – perguntaria o por quê de preto. Sou assim, como o “rei” Roberto Carlos, não suporto preto. O branco é limpo, remete à paz, a tranqüilidade. Juro que perguntaria... por que preto?
Agora que estou aqui neste lugar entre os homens, porém invisível aos olhares mortais, vejo o quanto são falsas as pessoas. São muitas as lágrimas que umedecem o meu caixão de ouro.
Nestas novas andanças por entre os vivos, pude notar que meu pai chorou, e foi sincero. Talvez algum mortal se pergunte, como percebe a sinceridade? Só os mortos a percebem. Papai foi sincero. Claro que há por de traz do sentimento um olhar financeiro que lhe rendeu cinco milhões de dólares pelas lágrimas; mas o que importa este pequeno detalhe agora?
Maldito Kafka; quando o li, ainda preto, comecei a notar um mundo diferente, angustiante. Meu pai aparecia neste mundo como carcereiro da minha cela. Só agora, depois de defunto/escritor, vejo o quanto meu pai é sincero. Se eu pudesse mudar o testamento...



pirenco

segunda-feira, 6 de julho de 2009

...libertação

...Passando pelo corredor, um enorme relógio marcava 13h45, uma mensagem chamou minha atenção.

[...] Tenho muito medo de morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhação, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dona de mim mesma, solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mão dadas comigo, falar sobre a minha morte [..] (Rubem Alves)

Aquelas "drogras paliativas heróicas" para manter vivo um paciente são do meu ponto de vista, uma violência ao principio da "reverência pela vida."
Porque se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, ele ouviriam dizer:
-Liberta-me!!!!!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Rompendo com o roteiro

Rompendo com o roteiro

Os fatalistas dizem “é assim mesmo, não há como mudar”. Nos não queremos mudar, queremos criar; este pensamento nos leva a observação crítica do modelo atual de ensino.
Peço desde já: me desculpem se as palavras deste relato não os atingirem. Sim! Não busco isentar ninguém, ora... Até a isenção desta faculdade não isenta. Por que eu devo isentá-los?
Faculdade... está posta no altar por alguns leigos que apenas reproduzem, reproduzem e reproduzem pensamentos alheios. Que triste Florestan Fernandes não ter conhecido os reprodutores contemporâneos, digo os de hoje, de agora, do presente.
Ah... o presente, vocês pesquisadores, podem encontrar nas festas de sexta-feira, se lá não estiver, encontrarão no bar do outro lado da avenida, se mesmo assim estiver difícil
encontrá-lo, com certeza estará dentro do copo misturado ao liquido; Voltando a Florestan... se ele os conhecesse não teria escrito que, a revolução feita nas escolas tomará as ruas; que ironia.
Alguns ainda devem estar se perguntando, é claro, se ainda houver perguntas neste universo acadêmico de afirmações, porém os poucos pensantes devam estar se perguntando, e o kiko? Ora... o kiko está no chavez, onde a relação de interação se encontra no “bom dia professor girafáles”. Ah... Cheguei ao ponto talvez mais importante deste relato.
A relação hierárquica que faz Paulo freire lamentar não é rara ou isolada no meio escolar. O modo imperativo constantemente utilizado pelos “mestres iluminados” talvez justifique os desempenhos do ensino brasileiro. Aqueles que queiram defender algum ente dirão que não são estes os culpados. Sim somos culpados todos, os Lula, os Serra, os Sarney, são muitos os culpados que não caberiam neste espaço que me limito a escrever; ah... Esqueci o aluno, este ser sem luz tem a culpa por ficar quieto esperando as regras para poder obedece - las. Triste dos que pensaram a desobediência como uma virtude.
Alguns dirão com tons pejorativos “isto é anarquia, bagunça”. Não sei o que é. Sei que é. Que me perdoem os filósofos passados e os atuais; eu disse atuais? Me desculpe novamente; não há filósofos atuais. Me desculpem também os seguidores de Napoleão Mendes de Almeida, pois acabo de ser brasileiro na escrita, botei o pronome na frente do verbo no inicio da oração. Me desculpem. Sem rodeios me encaminho ao fim com uma pergunta pouco comum. Vocês entenderam?


Rompendo com o roteiro é fruto de um trabalho de campo, que buscou por intermédio dos (as) estudantes/pesquisadores observar o tempo de leitura dos estudantes de escolas públicas e privadas.
Este texto/protesto foi apresentado aos presentes na aula de língua portuguesa do curso de letras na universidade federal do estado de são Paulo.


pirenco

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Um futuro sólido.

As idéias de futuro e crescimento pessoal são ilógicas... Pensar em estar, em ser[...] é esboçar um pensar seguro dentro da nossa visão e dentro da visão contemporânea. E dentro desta segurança, torna –se um cidadão com status é o grande objetivo. Dúvidas a respeito do sistema econômico vigente não devem existir, porque afinal das contas é o grande pomposo. Este é o homem contemporâneo; Um cidadão sem dúvidas, um cidadão exato!
Quais os motivos que os homens tem para duvidar de algo? Especulações são normais e alguém tem que ficar de fora para “eu” assumir meu posto diante da sociedade. Por que duvidar? Vivemos para o status. E todos não podem ter status, certo? Mas, é bom que fique claro: “não estou nem aí pra quem se ousar a cruzar meu caminho!”. Belo ser contemporâneo, limitado. “Vamos passar por cima de todos!”, este é o lema. Se a visão é futurista, por que o crescimento pessoal depende da exclusão? Entendo este futuro como algo irreal e mitológico. Se matar –mos uns aos outros, como será este mito? Algo decadente, não? Homens, seres humanos, não sentem prazer na solidão! Esta sim seria uma verdade futurista. Será que o status será nosso companheiro? Sim. Trabalhamos tanto para irmos de encontro ao status e confiante na nossa individualidade, confiantes e otimistas, que desenhamos tão precisamente nosso “amigo” status, é incrível.
Segurança social, crescimento pessoal e futuro, são velhos lemas sociais, tabus sociais, contratos sociais, certo? Acontece, que o esmagar de vidas para a “futura vida”, está no sangue do homem contemporâneo futurista. A bruta forma de relações sociais, e a infinita diferença de classes tornaram o futuro num próximo passo escandaloso e assassino. Transformou o futuro em algo mecânico e coberto de antidepressivos. Homens que irão viver cessados por conta da solidão e do contato exagerado com a máquina. Um homem transfigurado e sem prazer, um homem futurista.

terça-feira, 9 de junho de 2009

domingo, 31 de maio de 2009

Olhar do espelho

Observei o espelho do banheiro e nele eu me vi; naquele instante, da cabeça começou a brotar um pensamento pouco comum. Será que estou sendo observado por este objeto que me reflete?
Os olhos me viram
dando destaque aos mínimos detalhes; não pareciam mais meus,
a vida surgiu pelos movimentos próprios das curiosas retinas. Os olhos que sentia carregados por minha face sofreram o impacto dos dedos impulsionados por um movimento repentino de surpresa. Os dedos, agora também personagem deste relato, taparam os olhos por alguns instantes; ao descobri-los, len-ta-men-te, os olhos iam se abrindo denunciando o ambiente fosco e nebuloso. Abertos não olhei o intacto objeto na parede;
procurei a porta e sai.




pirenco

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Segunda-feira

Dorme, dorme, dorme...
pensa, acorda, urina, volta;
olha, coça, pensa.
Dorme, dorme, dorme.

A brincadeira de Soraia.

Conheci Soraia,
vinda da Itália.
Que começou namorar morais,
vindo de Minas Gerais.
Os dois falam a mesma língua,
Os dois tem os mesmos gostos.
Ele gosta da zona e ela gosta do gozo.
O Morais se apaixonou,
E Soraia apenas brincou.
No futuro, Morais voltará pras Minas Gerais.
Soraia já tá de passagem comprada para a Itália.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

cansaço

Certa noite era de lua cheia, mas ela não apareceu. A lua não se fez presente. Os especialistas que deram a aparecer na TV disseram que “a atmosfera poluída causada pela emissão de gases poluentes que geram o efeito estufa fez com que não fosse visível aos olhos nus a visão da lua”.
Os comentários na vila Amoropolis foram de que a lua, antiga companheira dos poetas noturnos, havia se cansado do ser humano.



pirenco

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Jiló do Maranhão.

Mas, não foi ruim, foi amargo/ E não gosto de Jiló/ Odeio Jiló/ Nem os miseráveis comem Jiló/ Nem Magno Malta come Jiló/ Nem a bile depois de um litro da pinga de Ouro Verde é mais amarga que o Jiló/ Imagine então, que o problema em questão é o tanto de amargura que tem no meu coração/ E demora passar, pois a culpa é da inflação/ É que minha mãe aproveitou a promoção e comprou um saco de Jiló do Maranhão.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

festa erótica

Os doces e salgados digeridos dão inicio ao trabalho da língua, a parte sedutora do ser humano começa a esfregar aqueles que às vezes a morde.
Esfrega
Esfrega.

Os olhos,
suspeitos,
dos olhares alheios,
verificam se alguém nota os movimentos eróticos.
A língua exausta fala que vai embora.
- Tchau.




pirenco

quarta-feira, 8 de abril de 2009

sensações

Lembrei das moléculas que se agitam no estomago humano, quando vi você chupar pirulito. pirulito; esta palavra me faz lembrar de quando fui pra um role, muito tosco, nada de embriaguez, muito tosco. tenho um livro na quase estante: Poe. o cara foi pro céu, ou inferno ou o lugar que queira, quando chapou o globo. o seu estado, ébrio, o fez viajar. agora, sem querer rimar, fico a imaginar... como será morrer ? qual a sensação de estar morrendo ?, é claro, se existir algum tipo de sensação. perto da morte estejam, talvez, os japoneses; os mísseis que sobrevoam a ilha, hoje alcançam o pacifico. quando eu estava caminhando, suado, vi três japoneses, puta senso comum; é só ter os olhos puxados e logo ganham o rótulo de japa. Será que não eram norte-coreanos ?




pirenco

sábado, 4 de abril de 2009

Explosão


Ontem explodi!
Botei para fora aquilo que me faz tão bem, mas não podia dizer para mim mesmo por um bom tepo! Alias tempo demais.
confiei nos ares que me cercavão, para que pudesse me sentir bem. E foi naquele mundo tão destinto, cercado por pessoas iguais e pessoas despidas de mascaras, que com a ajuda do acaso me descamuflei. E pude por um instante, ser quem sou sem que isso me causasse estranhesa.
Voei. Viajei para bem longe. E foi como um razante quando veltei a realidade. Doeu.
Estava mais uma vez cercado por toda aquela solução, bruta a ser lapidada, de do molde social. Ai é que vem a ressaca. Vou dormir.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Possuo- te.

Fazer o que pode/
Poder fazer o que quer/
É como beijar a boca do poder./

Medingar o que fazer/
Não fazer o que quer/
É como enganar a tribo que nunca viu o mar./

Fazer de conta querer/
Esbaldando poder/
É como cantar hino sem prazer./

Se tudo que posso é poder/
E todo poder é prazer/
Vamos gozar juntos, poder?/

quinta-feira, 26 de março de 2009

até o fim

Esmeralda como sua avó, negra como sua avó, assim era a menina que morava em um lugar muito longe daqui.

Numa bela tarde de primavera, com dezenas de arvores na rua, Esmeralda saiu de sua simples casa, no começo da rua, para ir ao fim, na casa de sua amiga Dandara.

Sempre descalça. na rua de terra Esmeralda caminhou... caminhou... poucos metros por entre as sombras das arvores, quando viu uma colorida borboleta. suas cores pareciam a de um belo arco-íris.

Observou os gestos no ar, e começou a imitá-los. seus braços viraram coloridas asas que batiam lentamente. de sombra em sombra elas estavam indo ao fim da rua. a borboleta guiava Esmeralda.

Asas, braços. braços, asas. foram voando e andando. lento... lento... lento... as asas não mais guiava. a borboleta largou o ar, pousou na terra. Esmeralda parou. e a colorida borboleta disse: continue sem mim. este é o ciclo da vida. estou feliz por ter te guiado.

Esmeralda enxugou a salgada lagrima que fugia dos olhos e continuou caminhando até o fim da rua.



pirenco

quarta-feira, 11 de março de 2009

Tixiicuo

“A terra é de todo povo” disse Alexandre aos homens que habitavam terras longínquas. Fez amizade em tão pouco tempo que, as relações humanas entre seres de realidade geográfica diferente não se eram notadas; a essência da cumplicidade era regra.

Alguns, poucos, nativos ficaram receosos quando se viram ao lado de um homem branco que conservava sua barba desde o principio universitário; porém, esta aparente diferença logo deixou de existir para aqueles poucos nativos, pois o dia-a-dia, harmonioso, fez opacas as diferenças.

A tribo Tixiicuo apresentou a Alexandre os seus hábitos alimentares, porém não teve sua aceitação “carne crua? Não como”. Apesar deste “choque” de cultura, conseguiram viver prazerosamente por entre a mata.

Quando terminou sua pesquisa de campo para a universidade, Alexandre retornou à cidade “carregado” de sabedorias nativas. “Que pena que serão pouco utilizadas por entre a selva de pedras” pensava o estudante.

Quando se formou em antropologia com a tese: A CONVIVENCIA ENTRE POVOS INDIGENAS, E BRANCOS É SAUDAVEL. Ganhou visibilidade nacional.

Após alguns anos, uma equipe de reportagem visitou o local que antes Alexandre vivera. Havia só uma anciã tremula com os olhos bem abertos dizendo na língua Tixiicuo: “foi o branco”.



pirenco

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Cortiço, beco e viela.

Aproveito a trégua,
pra passar a régua,
na farra do berra-berra.

Briga de cavalo e égua,
briga de cão e cadela,
é briga de beco e viela.

Pai, mãe e bisneta,
afilhado, filho e neta.
Todos apoiam o quebra-quebra.

Até que por fim o cortiço fecha,
o pai fecha a porta, a polícia chega.
E eu gritando pelo buraco da janela:
-Pensem no que disse Mandela!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Por Black Sam

A justiça vem de Deus e não do homem.
Estou vendo que muitos, estão perdidos e desorientados...
Como dar tiros no escuro, sem saber onde é que está o alvo.
Mais é nessa que eu não vou deixar de lutar pelo certo...
Porque guerreiro que é guerreiro, morre ali sangrando com a
espada na mão mais não se rende.
Mesmo que acorrentem meus pés, amarrem minhas mãos e
tampem minha boca, meu coração lutara por liberdade e minha
mente por justiça.
Analise a sua vida porque eu e vocês estamos sendo julgados.
Temos que ter sempre o pensamento positivo, ter os momentos
ruins do passado como exclusão, o presente como condição e o futuro
como superação.

(Black Sam - Kaifaces)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

...

Temos medo de pôr à corda no pescoço
mas não temos medo de ser oprimidos,
alienados e até mesmo hipócritas.

O país não é feito de uma só pessoa,
e sim de bilhões,
mas isso não importa para você
pois você só quer saber de um só pessoa.

Você usa a constituição para se defender
do governo,mas não usa o seu coração
para se defender de si mesmo.

Este lado excessivo é uma droga
viciante ao extremo.
Contudo tende-se um controle
basta querer e aceitar o seu destino.

Não se venda como os sindicatos
seja você mesmo,tenha sua própria opinião,
e tente não se iludir com as pessoas ao seu redor.

Dite as regras se for preciso,
mas não abandone este seu lado
de encarar a vida de peito aberto e
de enfrentar alguém que seja o seu oposto.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

MÉTRICA = PROMOÇÃO.

MÉTRICA = PROMOÇÃO.

É da métrica que tenho raiva.
Ela estrupa a emoção,
Esgana a vontade,
E esquarteja o tesão.

É da métrica que eu tenho medo,
Ela não me respeita,
Me tira o cunhão,
Me tira a emoção.

Métrica = promoção.

Métrica pra letras,
Métrica pra conclusão,
Métrica pra confusão,
Métrica pra apropiação.

Métrica = Promoção.
Com.fome...Zapiei,Zapiei,Zapiei,onde.cheguei?
Conforme-se.com.a.vida.garoto,.
Nem.sempre.vai.poder.dizer.o.que.sente.!
Porque.o.pensamento.dos.atuais.o.processaram.!
mesmo.sem.existir.a.razão,.
E.é.por.isso.que.todas.as.pessoas.
escondem.seus.maiores.anceios.
atras.de.codigos.decifraveis.
a.olho.nu.
pois.assim.não.ficam.vuneraveis.

Sinta-se.Bem.!

Menino com pião


Menino com pião é o menino João, sempre brincando de ser feliz, calmo e muito comportado, respeitando as formas das pessoas de serem como são.
Mas não o respeitam o chamam de louco, João não entende a sua loucura exposta nos olhos das pessoas. “Entre a verdade e a loucura há um traço de lucidez.” Era o que dizia o menino João.
Era, era o João incompreendido pela maioria acabou compreendido pela morte, João se matou, por não ser igual.


pirenco

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Você viu ?



Foi numa manhã de domingo que Abelardo Seboso chegou ao mercado de Vila da Posse trazendo consigo para vender aquela gordíssimo peru. Com o calor do sol se fazendo sentir cada vez mais e intensamente, apeou do cavalo junto ao tanque d’água, onde os animais abatiam a sede após horas de trajeto mata a fora. “Animal de homem de região distante não bebe água! É proibido”. Disse um homem se aproximando. Seboso pensou “por que não?” Pegou Rocinante, seu velho amigo, e o pôs junto às sombras de uma palmeira.
Abelardo Seboso ao entrar no mercado, já com suor por boa parte do corpo, notou que sua camisa, que foi ganha numa rinha, estava molhada e o peru – deduziu Seboso – deve estar de “saco cheio” de vir este tempo preso por entre meus dedos.

O mercado aos domingos era ponto de encontro, rever amigos, contar causos, grande lazer para muitos, no entanto, Seboso não veio com essa intenção “quero vender o peru” pensava ele.
Com seu conhecimento, desde a infância, em trocar e vender coisas, naquele dia gritou... gritou... “Quem quer? É só chegar, peru gordo por preço magro”. Pouco instante chegou junto a Seboso uma senhora com muita idade e pouca audição. “Escuta aqui mocinho... perua gorda é a mulher que te botou no mundo, e trate de soltar esta galinha que você traz na mão”.
Seboso como que estivesse acordado de um sono, viu-se segurando uma galinha magra diante de uma senhora. Largou a ave, assustado, correu. Já fora do mercado, viu Rocinante, burro magro sem forças para mastigar seu alimento, junto à sombra.
Abelardo Seboso começou a caminhar e perguntar a todos que encontrava. “Você viu um cavalo e um peru?”.




pirenco


terça-feira, 13 de janeiro de 2009

livre existência

Hoje, depois de muitos anos vividos, para ser exato 22 anos 5 meses e 1 dia, deparo-me com encruzilhadas de pensamentos. Pensar e existir é o que mais me atormenta. Pensem... Não é estranho ter a consciência em perturbação da existência? Decidi, não irei mais pensar, logo deixarei de existir. Ó, Deus. Mas se penso em deixar de pensar já me prendo a um pensamento. Liberdade. Liberdade. Liberdade... Talvez seja a palavra mais usada pela humanidade desde o seu inicio. Não faço mais parte da humanidade. Declaro aqui, neste momento, que abdico da minha existência como humano. Serei um inseto. Um inseto? Os insetos são diferentes dos humanos, logo não viverei muito. Ser diferente é o mesmo que se suicidar, e se for assim, prefiro eu acabar com a minha existência. Já sei... Serei um peixe; mas não qualquer peixe. Serei o menos colorido, aquele que não cause riso a ninguém. Serei o peixe de água salgada, tão diferente dos outros que, aquele que instintivamente desejar-me comer, sentirá náuseas. Náuseas ao ver-me. Deixarei de ser humano. Serei livre.


pirenco

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

dia escuro

São em dias como o de hoje que me ponho a escrever sobre o que naum sei bem o que é. E até mesmo se é. São em dias como o de hoje em que escondido do mundo desejos se vão. São em dias como o de hoje que perdido me encontro nos braços do silencio infinito. São em dias como o de hoje em que com medo fecho os olhos para naum ver nada que naum seja a escuridão. São em dias como o de hoje em que o sol bate à janela pedindo para entrar, mas eu prefiro ficar sozinho. São em dias como o de hoje em que o gosto de saliva incomoda a cabeça que naum sabe pensar. São em dias como o de hoje que deixo de escrever... Para dormir e tentar sonhar.


pirenco

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A extensão de meus pensamentos

Queria ter uma escada,
para que cada vez,
que fosse pintar meus pensamentos,
fazer dos degraus extensão de meus pés,
E com os pés em pontas
desenhar aquele momento;
E fazer dessa escada
extensão de meus pensamentos.

Queria também um pincel.
Para que toda vez
que subir na escada,
e me esticar com os pés em pontas,
o mais alto que pudesse alcançar,
fazer um risco
que pegasse de la de cima,
até aqui em baixo;
Para que todos pudessem
tocar por um momento;
E Fazer desse pincel
extensão de meus pensamentos.

Queria também latas de tinta,
com cores livres, de protesto, de indignação;
Cores vibrantes, serenas e alegres,
como minha imaginãção.
Para que se alguma vez
subisse naquela escada
e com os pés em pontas,
escolher para aquele momento
a cor que está no meu pensamento;
E fazer das cores jogadas ao vento
extensão de meus pensamentos.

E que quando meus pensamentos
expostos a ação do tempo,
minha vontade era que você
compreendesse por um momento;
Que a escada, o pincel e as cores,
são somente ferramentas;
Para fazer de você
nem que seja por um momento
A extensão de meus pensamentos.

Giovani Ktorz*