quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Silêncio

Não consigo mais suportar o silêncio. Nele tudo me atormenta, nem o tic-tac do relógio posso ouvir porque as pilhas que davam vida ao som pararam. Sem gritos nas ruas, sem o barulho dos carros, sem o avião no céu, não há nada. Não existe som, não há música nesta noite. Não consigo falar, pois não há ninguém com vida neste lugar; se ao menos houvesse uma flor ao meu lado sussurraria para seu pólen palavras soltas, sem importância. Talvez diria como foi o meu dia. Não! Por sorte não tenho uma flor, ela morreria ao ouvir o meu relato. Tenho próximo a mim um espelho, triste objeto que só reflete uma pessoa; se ele pensasse daria uma nova definição ao meu ser. Estou com sono. Quando era criança ouvi uma história de que os sonhos são mágicos; neles você pode fazer o que quiser; tomara que o velho contador de histórias falara a verdade, pois, se assim for no meu sonho vou escutar os gritos de um suicídio.



pirenco

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