quarta-feira, 6 de julho de 2011

Uma dispensa qualquer, abandonada aos cuidados dos objetos de pouca utilidade e aos ratos famintos por liberdade. É esse o cenário de gritos que o seu interior murmura os cantos rubros. Onde, no segundo da hora rubro, as dores são apreciadas na escuridão empoeirada e motivadas pelas melodias dos rastejantes. Onde a lâmpada que há muito queimara nunca será substituída, continuará estática, imóvel, sem uso de claridade. E o cheiro, que apenas as narinas da invisível poderiam sentir, é de alcance galáctico.
Sem expressão, presa à dispensa, inala a poeira dos seus restos que o mundo finge não ter criado. A porta... trancada! Imagina janelas... porém, as chaves estão sob a posse dos maus tratos do carcereiro.
Por trás das vassouras existe vida que sempre esteve em suspiros, e vê-la na escuridão da dor é sentir seu coração que sangra lhe batendo preso à harmonia do corpo.
A dor na ausência do movimento vivo do corpo bate dia a dia e a musica ritmada pelos seios nutre a melodia das flores que respiram no escuro da dor.


pirenco

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