Pedra Branca, Quixadá,
Veríssimo, Choro Limão.
Neles viveu meu avô,
Pobre e bom cidadão;
Viveu sempre trabalhando,
Mesmo cansado, lutando
Pra enriquecer o patrão.
Fumou cigarro de palha,
Comeu cuscuz com feijão.
Pra sustentar a família
Lascou a palma da mão;
Venceu vento, chuvas, secas,
Arrancou toco, fez cercas
No triste a árido sertão.
Dedicou as forças a terra,
Imensa terra limpou.
Quando ela ficou seca,
Ele, contente, aguou.
Teve filho com Maria:
Amaram-se até que um dia
O destino os separou.
Ele, desde os sete anos,
Terra viveu a cavar,
Plantou riqueza na terra,
Terra pra ele era lar
E, já cansado e velhinho,
Morreu ali quase sozinho,
Sem terra pra lhe enterrar.
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