domingo, 29 de maio de 2011

Ternura... ternura;
Só!
Abandonada nos ásperos intervalos da voz,
esquecida
muda
não se manifesta.

triste nos tempos de silêncio,

ternura
muda!



pirenco

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Prefácio

Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) - sem nome.
Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor caíam no mar.
A voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos apertavam mangues.
Vendo ue havia na terra
dependimentos de mais
e tarefas muitas -
os homens começaram a roer as unhas.
Ficou certo pois não
que as moscas iriam iluminar
o silêncio das coisas anônimas.
Porém, vendo o Homem
que as moscas não davam conta de iluminar o
silêncio das coisas anônimas -
passaram essa tarefa para os poetas.

Manoel de Barros.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Dividi minha saboneteira em duas,
uma parte fica em minha casa,
a outra fica na sua.

A escova de dente eu uso a sua,
assim como a coberta,
os talheres e a risada tua.

Também não tenho colchão,
mas na sua casa não durmo no chão.


Mas, se você tem tudo,
o que é que eu tenho então?

sexta-feira, 6 de maio de 2011