quarta-feira, 23 de março de 2011

Bolacha de sal e bolacha doce.

Eu como bolacha de sal,
ela come bolacha doce,
um bancário ela queria que eu fosse,
mas tenho vocação mesmo é pra vida agridoce.

Orgulho-me de não cair em desgraça,
e de não andar por aí vestindo máscaras.

Mas, o meu amor mesmo é por ela,
que come bolacha doce.
E queria que nosso querer fosse assim,
feito sal e doce.
Nem me importa o que ela queria que eu fosse,
bancário, mascarado, desgraçado, que fosse!
Desde que eu esteja com ela,
que come bolacha doce.


29/01/2010

sexta-feira, 11 de março de 2011

Meu calçado é popular.

Meu calçado é popular/ calço o que posso calçar/ calço meias sujas e meias limpas/ o meu calçado também é uma questão de política/ vida/ só não ando descalço porque meu destino é muito longe/ com bolhas no pé não consigo andar/ com calçado caro vou me endividar/ ficar com dez prestação pra pagar/ e meu calçado é popular/ só o que peço ao meu calçado é que ele me permita andar.

terça-feira, 8 de março de 2011

MULHER COM P

Passado perverso pesa
Para Paulas Priscilas Patrícias
Passado
Patrimônio particular papai
presente
Propriedade privada
parceiros passando para patrão
Pátria patriarcal
Pelourinho perpétuo
Pancadas
Panelas padrões
preconceitos
Pelas paredes prédios poses peitos posições patéticas
Pelas pontes pivetes prosseguem pedindo pão
Pelas pistas patricinhas prosseguem pedindo primeira pagina playboy
Pura palhaçada
Possuímos pensamentos próprios
Personalidade
projetos
perguntamos
Pra que perpetuar preconceito?
Padrões perversos?
Posso parecer polemica porém
Privatizaram pessoas
Prostituíram pensamentos
Perua puta patroa pantera potranca passatempo
Palavras pesadas
Patrocinadas pelo passado perverso
Porem prosseguimos protestando
Pedros, Paulos, Pablos
Podem participar
Prosseguimos protestando
Pelo porto alegre pelo pirajussara
Paz para pátria
Punição para poderosos
Pão para pequenos
Pétalas
Poder popular
Prosseguimos pedindo
Principalmente poesia para periferia.


poema tirado do documentário ''panorama - arte na periferia''


8 de março: dia das mulheres proletárias, das mulheres imilla, das mães das quebradas. Um grande salve às mulheres que nos puseram na luta contra as injustiças do sistema capitalista.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Depois do Bom Fim.



Tenho minhas indagações de que Sclyar só morreu por essas horas, depois de adentrar pra academia brasileira de Letras, aquele antro  acadêmico  improdutivo. Se não tivesse adentrado pra'quela casa de 'célebres' contribuintes da literatura nacional, carregaria seu legado, tijolo a tijolo, por mais uns anos.

Mas...

Prefiro ficar com as minhas recordações do livro A GUERRA DO BOM FIM pelo qual, Sclyar percorre sua infância nas ruas do Bom Fim, bairro da distante Porto Alegre. Neste romance, o autor coloca, com maestria, a ficção num ponto crucial da realidade vivida por um garoto judeu e por uma comunidade totalmente diferente-indiferente do seus costumes e hábitos.  Com pitadas de humor, ele recorre ao imaginário bairristico para expressar com serenidade o posicionamento social de seu povo naquele circulo social, sempre dentro de uma ação, de um corre-corre, de lembranças.

Moacyr Sclyar contribuiu de forma gaúcha para com a literatura nossa, para com a forma realismo-ficção de expressar seus sentimentos, e necessidades de expor e confirmar seus costumes dentro de uma escrita oficial. Depois do Bom Fim, o que nos sobrou foram as formas, a ousadia, a gurizada correndo na rua... sempre.