domingo, 23 de janeiro de 2011

Fernando Pessoa - plural como o universo.




Está nas últimas a exposição Fernando Pessoa- plural como o universo no Museu da Língua Portuguesa em São Paulo. Lá onde os objetos são nossos dialetos, onde nosso entrosamento linguístico ganha uma abordagem plural e independente e onde a poesia está solta.

Os escritos do poeta máximo de terras lusitanas, ganharam uma nova roupagem, como projeções, salas de espelhos, vida. Em plural como o universo, os heterônimos de Pessoa ficam mais claros, mais pop. Alberto Caeiro ficaria bestificado.

A exposição transmite com maestria a forma envolvente com a qual Pessoa desdenhava sobre suas obras. A liberdade de ir e vir, de começar pelo fim, e de terminar pelo começo me chama a atenção em qualquer que seja a exposição. Poético.





No fim, se é que eu posso falar no fim, uma vez não é suficiênte pra você digerir a empreitada. Você terá que ir pelo menos umas três, e não se arrependerás. Uma vez é só pra dizer que foi. Aos sábados é gratuito. Separe os próximos três e boa exposição!


Texto/Fotos: Danilo Cruz Manga.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cantinho bagunçado

Por sorte todos temos um cantinho bagunçado aonde a ordem não chega nunca. Pode ela gritar, lutar, espernear, criar teorias que caibam em bandeiras, que mesmo assim não conseguirá ordenar o nosso cantinho. Há pessoas que têm o fígado em desalinhamento com a ordem do corpo; outras têm a cabeça, que pouco ou muito lêem o mundo; já eu, tenho o coração em desordem – meu cantinho bagunçado. Nele carrego os meus amores femininos, os lugares verdes por onde passei, os amigos que tive e que tenho, as pessoas que vi apenas uma vez e que carregam todos os possíveis e impossíveis bons adjetivos do mundo...
Esse cantinho que carrego é só meu, e nenhuma teoria é capaz de ordená-lo. Pois nele vivo. E vivo desconfiado de que o cantinho bagunçado em minha amada possa ser o mesmo que o meu.



pirenco

O vento do cais.

O vento leva meu guarda-chuva.Quebra o ferro do meu guarda-chuva de cinco reais. Que eu comprei quando estive no Brás. É um vento que parece com um vento dum cais. Mas, não é cais, é Brás. Uma chuva de vento que vem direto de Shangai. Pra desaguar nos guarda-chuvas de cinco reais que é vendido em dias de discórdia no Largo da Concórdia, no Brás. É certo que agora, o guarda-chuva não me cobre mais. É a chuva que lava tudo. Que todos queriam fugir, comprando um guarda-chuva de cinco reais.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Um mês.

Um mês... por vez.
Um brinde ao nosso amor...
Pois logo chego,
No fim do mês.
Pra ser exato,
chego no dia vinte e três.
Vou feliz.
Sem lágrimas, espero.
Mas, se elas vierem,
que caiam apenas três.
Três gotas por vez.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

São Paulo -Peru, quem vai?



Aos que sonham em sair viajando pela América-Latina, a empresa de ônibus Ormeño está disponibilizando pela bagatela de R$ 435 uma viagem de 5 dias até Lima, Peru. A Ormeño é a responsável pela locomoção continental, e disponibiliza também uma segunda opção até Cusco por R$ 380.

Essa viagem ao centro da America-Latina escondida do Brasil é necessária. Pelo menos pra mim. Pra entender o quanto estamos distantes dos nossos vizinhos e porque estamos tão distantes, consequentemente. Além da viagem, é claro. Essa dica é de um curioso. Vale apena conversar com pessoas que já fizeram esse caminho, ou algum parecido por outra rota antes de se jogar na estrada.



Essa notícias saiu recentemente aqui e por ai. Por hora, tem mais pessoas lapidando a informação e o que vai ter de gente em busca do Pacífico, não vai ser brincadeira. Arruma a mala aê!



Imagens: Portal ig.

Falsidade inabalável.

Hoje quero ser falso! Assim perdoar todos meus inimigos, fingir que nada aconteceu. Olhar nos olhos do desgraçado que quer me ver morto e dizer "como eu pude não perdoar você, és tão...", "temos que esquecer o passado". E dali surgirá uma amizade inabalável! Falsa é verdade, mas e daí!? Já que carregamos um certo percentual de falsidade. Para mais e para menos. Como uma pesquisa datafolha. Pouco importa se "todo perdão carrega consigo uma falsidade impressionante".

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O indigente.

Essa massa de ar,
soprando do carro.
Subindo o asfalto,
voando alto.

Flutuando o planalto,
Sem tato,
como um morto indigente descalço,
que volta depois pra mim,
como se fosse um parto.

Subindo o asfalto,
sem tato,
vem de carro,
na padaria do lado.

Esse calor,
essa massa de ar,
quente.
É como um morto indigente descalço,
que volta depois pra mim,
como se fosse um parto.