sábado, 27 de novembro de 2010

A mensagem do poeta

O poeta é um mensageiro da vida
Ele canta a terra
Ele canta o céu
Ele canta o mar
Ele canta o homem,
E no homem
Está a maior mensagem da vida...

A mensagem do poeta
Fala do corpo da mulher,
Dos seus seios
Da sua boca
Das suas mãos,
Porque na mulher
Está a vida do poeta
Porque a mensagem do poeta
Vem do ventre da mulher

(Solano Trindade)

Mulher batente.

Suas mãos que pega no batente. Carregando na barriga gente. Gente que vai pegar no batente. Mesmo doente. Na chuva ou no sol quente. Mulher batente. Que cuidou da gente. Que mata e morre pela gente. Como é quente seu ventre. Como aqui fora tudo é tão diferente. Forte é você mulher batente. Forte é você.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Lucas da Feira H.Q. -Entrevista com Marcos Franco.

Voltando aos trabalhos, tenho o prazer de disponibilizar para tod@s uma entrevista concedida por Marcos Franco. Marcos é um dos produtores do H.Q. 'Lucas -Da vila de Sant'anna da Feira'. Lucas da Feira foi um escravo que se rebelou contra tal situação, andando nos arredores de Feira de Santana ainda nos idos do século XIX saqueando e cometendo diversos 'crimes' afim de manter-se vivo.
Com mais de 10 anos na cena dos quadrinhos nacionais, ele trouxe uma pesquisa histórica do popular Lucas da Feira para dentro dos quadrinhos. A empreitada vai somar pra construção de uma memória ativa do imaginário social, e contribuir diretamente para um viés mais aberto de discussões à respeito da história do protagonista- o próprio Lucas.






Pura: Primeiramente gostaria de agradecer em nome do blog, e dizer que esta casa é sua. Aqui você pode dizer o que quiser. Pra começar, como foi que surgiu à idéia de adaptar para os quadrinhos a história de Lucas da Feira?



Marcos Franco: Olha só, a idéia da criação do álbum surgiu há alguns anos, porém desde a infância possuía especial apreço pela figura lendária do Lucas da Feira. Sempre tive uma relação bastante próxima à cultura popular e as coisas ligadas ao campo. Costumava ouvir dos mais velhos “causos” e histórias sobre todos esses mitos do sertão, sobretudo a seu respeito. Foram essas lembranças que me instigaram a pesquisar e transportar ao universo dos quadrinhos sua polemica história.



Pura: Fale um pouco sobre o processo de pesquisa histórica para a concepção do álbum.

Marcos Franco: O processo de pesquisa se deu em dois períodos distintos. O primeiro deles ocorreu no finalzinho da década de noventa, na oportunidade entrevistei o pesquisador Joaquim Gouveia Gama e pesquisei o romance biográfico “Lucas, o demônio negro”, de Sabino de Campos. Já na segunda etapa, toda ela realizada em parceria com Marcelo Lima (o outro roteirista da HQ) teve inicio em 2008 e durou pouco mais de um ano. Durante esse período, consultamos cordéis, a dissertação de mestrado da professora Zélia de Jesus Lima e realizamos uma nova série de entrevistas com pesquisadores, historiadores e anciões da zona rural de Feira de Santana.



Pura: Há certa controvérsia envolvendo a figura de Lucas da Feira, alguns o têm como uma espécie de Robin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres, já outros o taxam como um criminoso desumano, qual dessas vertentes vocês seguiram?

Marcos Franco: Esta é uma pergunta bastante pertinente, todavia não foi nossa intenção fazer esse julgo moral no quadrinho. Na trama deixamos isso em aberto para que o próprio leitor possa fazer a sua interpretação. De qualquer modo, sendo ele considerado herói ou bandido, a sua influência na história e cultura feirense é algo inquestionável, como um forte valorizador, sobretudo, da cultura afro-brasileira.



Pura: Eu notei que vocês usam nos diálogos uma linguagem bastante coloquial, repleta de expressões regionais. Qual a preocupação em relação a isso?

Marcos Franco: Os diálogos coloquiais servem para criar um maior realismo à trama, ajudando na ambientação da região. Essa estratégia da uma maior densidade ao roteiro e, contribui para gerar uma maior empatia no publico leitor local.



Pura: Você acredita que uma obra em quadrinhos que trata de um personagem que está no imaginário do povo possa chegar às escolas e ter a aceitação dos diversos tipos de públicos?

Marcos Franco: Acredito que sim. Durante muito tempo os quadrinhos foram relegados a um papel secundário como forma de leitura, entretanto hoje vem alcançando um status diferenciado. Esse tipo de narrativa favorece ao desenvolvimento mais harmonioso entre as tarefas de analisar racionalmente e o trabalho de ler o mundo com sensibilidade. Além disso, os quadrinhos são de fácil acesso e possuem um grande prestigio no meio infantil, pois a junção de imagem e texto torna o ato de ler mais suave, dinâmico e lúdico.



Pura: Suas considerações finais, contato para adquirir o H.Q. e seu olá para os leitores do purasubstancia.blogspot.com.

Marcos Franco: Para finalizar, gostaria de deixar aqui o meu forte abraço a todos os leitores do Pura Sustância e agradecer a você Danilo pelo espaço e oportunidade de contar um pouco mais sobre o álbum em quadrinhos “Lucas da Vila de Sant’Anna da Feira” . A propósito, a publicação já está disponível para a venda na Livraria Atlântica do Boulevard Shopping de Feira de Santana e Banca do Aeroporto, Rodoviária e Livraria RV Quadrinhos de Salvador. Ah! Estamos também atendendo a pedidos de outros estados através e-mail: lucasdafeirhq@gmail.com

Texto e entrevista por Danilo Cruz, trabalho realizado entre 26/10 à 17/11 de 2010.

sábado, 6 de novembro de 2010

(...) e ela disse como se houvesse um nó na garganta
- OI
por alguns segundos...silêncio, e ouve a interrupção pela resposta seca
- Você é O e eu I. O....................I



pirenco

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Volta ao redor do...

Como gira o mundo? /Pra esquerda ou pra direita? /Como? /Como gira o mundo? /Ao seu redor ou ao meu redor? /E você, pra que lado gira? /Pra esquerda ou pra direita? /Pra esquerda. Ou. /Pra direita. / Girando feito besta.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

o brilho de um sonho

Uma das coisas mais incomoda deste mundo é deixar de sonhar para acordar. Abrir os olhos em uma manhã de sol ou de chuva me traz a horrível sensação de que meu coração deveria descansar.
No quarto onde me escondo das farpas do mundo tem o que ‘preciso’... cama, livros, criado mudo (o nome deste móvel não me agrada) e os ruídos da solidão - oras alguns alucinógenos me fazem companhia. Deveria ser fácil dormir com a solidão, o silêncio não incomoda muita gente; a mim sim! A eterna falta de barulho me deixa surdo e acabo fechando os olhos para não ver mais o quatro por quatro, fico cego. É nesse momento que me transporto para o mundo perfeito... lá não sou amigo do Rei, mas posso voar, voar, voar como os pássaros domésticos que fogem das gaiolas dos seus donos; as nuvens, só elas, podem observar de perto o brilho nos meus olhos.
Das alturas posso ver o mundo perfeito onde injustiça nem se quer existe no dicionário. A única coisa que ouço são os murmúrios das nuvens e do vento, que parecem dizer “será que o brilho dos olhos dele revela a descoberta de que isso é um sonho?” Finjo não escutar. Vôo para longe.



pirenco

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Lágrimas de conformação.

Não chore,
as lágrimas de conformação.

Lembrem-se,
que a vida não é feita de solidão.

E que,
no seu peito não tem lugar pra tristeza.

Apesar,
do bruto coração.