terça-feira, 31 de agosto de 2010

vô manda busca nos boy

Hoje tem vento e sol. Pego minha lata de óleo que forrei com papel jornal coberto de poesia marginal. Gosto de descarregar a linha lendo as minhas preferidas “enquanto eles capitalizam a realidade eu socializo os meus sonhos”. Só quem empina pipa sabe o prazer que é ver o maranhão no céu cada vez mais distante da terra... disbicar prum lado pro outro e descer retão. É muito foda. Só pra quem é.
Tá mó ventão, se pá a linha não vai agüenta, o estirante vai fica em cima hoje. Cola e vidro, união que dá prazer. O vento tá pro norte, vô manda busca nos 'boy' que só empinam da laje com medo das rua, os que usam 'nike', 'ray ban' e tomam 'sucrilhos', os que vivem presos em suas grandes casas vigiada pelo adestrado 'rottweiler' que tem a tarefa de vigiar o 'golfe' dos pedintes diários saídos daqui, dos becos.
Hoje vô faze a limpa, o cortante tá daquele jeito, fininho. Os que têm laje que me aguardem. Cortar e aparar. Vô trazer os deles na arte de empinar. Vô mostra que pipa é só pra quem é.
Os zé povinho dos telejornais dizem que é perigoso empinar, que corta as cabeça dos de moto. Mas aí... quem já empino na quebrada sabe que é foda passar as férias sem pipa, é o pouco que tem por aqui. É o que relaxa a mente, é arte. A gente passa cortante e corta os 'boy' da norte, esse é o lazer sem a escola. Agora... prus manos que andam de moto, que é correria, tão ligado o que fazer... colocam antena na veloz e já era. Agora os da tv tão na idéia de passa um pano prus que tem moto que custa todos os barracos aqui da quebrada; tão na idéia de proteger os que não olham pra cá, os que não tão aqui, os que não são daqui, querem proteger os que passam a milhão sem olhar pro lado. É a nossa arte que vai mandar a busca neles.
Já era. Cortei e aparei. Nem deu. Enrolo a linha lendo mais poesia...


pirenco

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

E- LIXO MAPS



Projeto desenvolvido entre a parceria do Instituto Sérgio Mota e Governo paulista que tem como meta, receber todo o material de informática e periféricos (pilhas, baterias, celulares, computadores, televisores, DVD’s, CD’s, rádios, lâmpadas florescentes) para o destino correto na hora do descarte na cidade de São Paulo. Agora é questão de consciência!

Aa fórmulas

Se eu fosse acreditar nas fórmulas passageiras das coisas não aproveitaria nada. Nem sorriria ao ler suas mensagens, como quem rir de um filme de comédia, que você já assistiu repetidas vezes na sessão da tarde. Um filósofo que eu esqueci o nome disse: 'Passageiro é tudo aquilo que você queria segurar nas mãos, mas não pode. Pois existe liberdade até nas fórmulas passageiras das coisas'. É um pouco confuso mas, eu entendi que, se você opta pela liberdade das coisas...tudo flui melhor. E você entendeu o que ele disse: 'Passageiro é tudo aquilo que você queria segurar nas mãos, mas não pode. Pois existe liberdade até nas fórmulas passageiras das coisas'?

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Rio

O sentimentalismo é o culpado pela fuga das águas de meus olhos. Não estou triste! Apenas rio, como aquela que se banha em águas frias numa tarde de verão.


pirenco

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O esconderijo

Olho-Grande, Olho-Grande,
onde estais, Olho-Grande?

Camuflado,
por trás dos falsos carnavais?
Dançando ao som da incompetência
e da inveja que pregais?

Me diz Olho-Grande, onde estais?

Xotando atrás de uma sanfona,
chupando peito artificiais?
Me perseguindo todos os dias,
como sombras fabricadas
-pelas velas dos castiçais.

Cuidado Olho-Grande, um dia a casa cai!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Os Fanzines não morrem!

Os Fazines não morrem, disso eu sei. Nunca! Podem inventar milhares de twitters e orkuts e blogs, os Fazines não morrem. Eles se infiltram dentro dos suburbios das casas das pessoas e daqui a pouco estão na sala de jantar, ocupando o lugar do antigo periódico daquele jornal mentiroso que teu pai lêra. Ou ocupa suas estantes, que antes você colocava apenas seus romances, ele chega e fica. Só que alguns encerram suas atividades e deixam uma lacuna enorme, seja na sua estante, seja nao lugar do periódico do teu pai. Aos que ainda resistem, vale apena a apresentação e a sempre confraternização eterna dos produtores e leitores neste anuário:




http://ugrapress.wordpress.com/anuario-de-fanzines/

sábado, 14 de agosto de 2010

CAMOMILA

Quando a água ferve
o mato desidratado
vira novamente flor.
Entra corpo a dentro,
guela a baixo,
aquietando os tantos sentidos,
abraçando a ânima, a alma
o espírito, as vibrações.
Suave, porém rude.
Disfarça, agarra com força.
Aperta, enquanto adormece.
Intorpece.
Retira as dores,
mas faz sangrar.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Dúvidas no indicativo

Estou com sérias dúvidas quanto ao tempo do meu amor! não tenho certeza em qual pretérito ele se encaixa melhor, ou até mesmo se no presente lhe caiba; não consigo conjugar o infinitivo, o infinito do verbo amar; talvez seja por conta do inverno que gélido deixa meu peito, no verão tudo era diferente... sabiá cantava entoando com ponto de exclamação que o amor se encaixava perfeitamente no presente, amo!amo!amo!amo!, cantava... Agora, longe do pássaro e do sol que contornou sua face, resta-me a dúvida do tempo do meu amor.



pirenco

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

"eu costumo dizer"

Eu costumo dizer que escrever é um parto. Pensando nisso... "eu chego e parto. Me reparto porque parto. Carrego algumas pedras no meu sapato, é fato! Quase sempre me sinto incomodado, hoje e desde o dia do meu parto". Não sei se era bem assim o pensamento, mas, é por aí. E quando eu disse que "eu costumo dizer" pode estar havendo uma apropriação desse dizer, peço, desde já desculpas à quem o criou. Não foi minha idéia se apropriar de algo tão egoísta.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Aquém do concreto.




O artista alemão Jan Siebert retrata, em pinturas, os personagens da noite nas praças, bares e bordéis dos municípios de Santos e São Paulo. A exposição traz a versão do pintor para a realidade que poucos conhece: o lado b da noite paulista. O que te sobra é o realismo, onde podemos perceber em alguns exemplos das obras no site do museu responsável (Mube) pela empreitada. De 6 a 22/08; Terças, Quartas, Quintas, Sextas, Sábados e Domingos das 10:00 às 19:00, entrada franca.