terça-feira, 27 de julho de 2010

Espera

Escrevi isto num momento estranho da minha vida, é como uma carta de amor, que nunca seja lida pela pessoa amada, ou como uma Canção Sertaneja que nunca sai da sua cabeça, ou até pode ser comparada as letras de musicas emocionais =P. Mas é isso, escrevi e precisa ser semeado, espero que gostem.


Você é tudo que eu espero,
mas fazer tu esperar não é preciso
não vou procrastinar nossa pausa.
Isso pode durar um dia, duas semanas ou um ano.
Já esperamos mesmo para sentir o toque das mãos,
a força dos beijos, o arrepio do coração,
que grita, pede socorro, me tire deste turbilhão.
Espera, ainda vou te fazer a pessoa mais feliz,
você vai ser minha companianhia, criar raiz
num campo fertil, vou te cultivar.
Espera, vamos ser a árvore de frutos doces
galhos de amor e folhas de prazer
Vou ser só seu, você vai ver.
Eu sei, foi tão sucinto e intenso nosso primeiro momento
por muito tempo ou talvez nunca poderei esquecer.
Eu sei parece estranho, pode até não entender
mas sou bem mais complicado do que pode parecer.
porem um dia e isso prometo
serei só seu de mais ninguém
E se você não estiver mais aqui
vou ficar te esperando,
aqui te olhando e torcendo para você perceber
voltei estou aqui, não espere mais vamos viver!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Mexendo na ferida.

-Tem urubu na carniça no meio da estrada?
-Tem!
-Tem boi rasgando a cara no arame farpado?
-Tem!
-Tem lama e pedra ao invés de asfalto?
-Tem!

-Tem menino mexendo na ferida na poltrona ao lado?
-Tem também!
-E o menino bota a casca da ferida na boca?
-Bota!
-E o boi que rasgou a cara, estava fugindo?
-Estava!
-E a carniça que o urubu comia era do boi que fugia?
-Era!

-O urubu que come carne fresca de boi fugido, tem perdão?
-Tem!Assim como o menino que come casca de ferida tem a minha atenção.

Pensei enquanto me ia.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

ser

Eu quero ser o mal e o bem.
Quero ser o governo e a anarquia.
Quero ser a água e o álcool.
Quero ser a voz e o mudo.
Quero ser o medo e a coragem.
Quero ser a religião e o ateu.
Porém, hoje, não sei quem sou!


pirenco

Luz de um vôo

Através da janela vê imagens surdas que o som a ensurdece. Deitada sem querer se mexer, a janela lhe é o passaporte intimo para o mundo quadrado. Mergulha nos devaneios profundos do aquário seco e se afoga em si. Lucia nesta noite quase fria está sem vontade de juntar os cílios; acordada, observa os detalhes que a janela lhe trás: violência; vaidade; vulgaridade. Lucia calmamente se levanta, vai até a janela e num salto se entrega ao vôo do sexto andar de seu apartamento.




pirenco

Penso no escuro

E se eu morresse agora, antes mesmo de encerrar estas palavras? A posição me é favorável; os pés apontam para o nada que só existe no céu; as mãos ora em laços pelos dedos na altura do peito ora dando lucidez a esse relato estão gélidas por conta do calor vindo de fora; quanto aos olhos, esses não vêem nada que não seja uni-cor. Vivo como aquele que tem um telescópio e despreza as estrelas. O cheiro de merda que minha narina insiste em preservar outrora me incomodava; os aromas se uniram! Minha putrefação humana está em comunhão com o excremento no banheiro. Se eu morresse agora, a indiferença dos vermes animaria meu corpo de prazeres. Não sou nem serei o que desejei. Somente a morte me acolherá com seu manto de alívio.



pirenco

sexta-feira, 9 de julho de 2010

o estrangeiro

A quem mais amas, responde, homem enigmático: a teu pai, tua mãe, tua irmã ou teu irmão?
- Não tenho pai, nem mãe, nem irmã, nem irmão.
- Teus amigos?
- Eis uma palavra cujo sentido, para mim, até hoje permanece obscuro.
- Tua pátria?
- Ignoro em que latitude está situada.
- A beleza?
- Gostaria de amá-la, deusa e imortal.
- O ouro?
- Detesto-o como detestais a Deus.
- Então! a que é que tu amas, excêntrico estrangeiro?
- Amo as nuvens... as nuvens que passam... longe... lá muito longe... as maravilhosas nuvens!

pequenos poemas em prosa, Charles Baudelaire

quarta-feira, 7 de julho de 2010

MUSEU EM DEBATE!



A capital federal do país receberá entre os dias 12 e 17 de julho, o evento máximo da museologia nacional: O 4º Forúm Nacional de Museus. O encontro contará com profissionais e estudantes de museologia de todo o país e demais curiosos da área. Mini-fóruns, conferências e mini- cursos movimentarão a engrenagem do diálogo interdisciplinar. Para mais detalhes sobre a idéia do evento e suas curiosidades,acesse:
http://www1.museus.gov.br/
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