terça-feira, 28 de julho de 2009

Cegos que apoiam o golpe militar

As palavras ditas no programa caminhos da economia são perigosas, pois os presentes expressam uma única idéia e esta legitima o golpe militar em Honduras. A historia se repete por não conhecermos o passado. Em 1964 o golpe militar no Brasil, representou uma época de atraso para a humanidade, as torturas físicas e mentais e a censura tiveram papel de regredir o desenvolvimento dos seres como humanos; e o que me entristece na historia de hoje é ver que pessoas que viveram estes tempos passados apóiam o golpe militar em Honduras. Sob a afirmação de defesa da constituição, os golpistas deixam de cumpri-la. Não concordo em nada do que foi dito no programa da rede vida de televisão, no entanto creio que seja fundamental se expressar. Algo que os golpistas fizeram ao expulsar o presidente eleito democraticamente foi censurar os meios de comunicação. Surpreende-me muito não ver comentários de pessoas esclarecidas, como aparentam ser, não relatarem este fato; fico imaginando qual será a intenção do programa em esconder fatos? Qual será a intenção do programa em expressar uma única idéia? Fala-se em ideologia soviética, bolivariana, cubana, enfim fazem criticas sobre estas maneiras de política, alegam que são totalitárias, desumanas e alienantes; Ora, eu pergunto, no que o programa caminhos da economia se diferencia do que critica?
Meu ateísmo não me faz fechar os olhos para Jesus, pois seus pensamentos são fundamentais para o desenvolvimento cada vez maior dos seres humanos. Acredito, sem sombras de duvida, que o compromisso com o social é fundamental para caminharmos sentido à liberdade. Se os defensores do golpe militar conhecessem Paulo Freire... “Com Marx na mundaniedade a procura de Cristo na transcendentalidade”. Que triste é não querer ver. E a história vai se repetindo graças aos cegos pregadores.





o apoio declarado aos golpistas em Honduras no programa de televisão caminhos da economia, da rede vida de televisão, canal ligado às crenças religiosas cristãs; fez com que este texto fosse gerado e enviado aos apresentadores do programa.



pirenco

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Comédia

Pela lei, se perdemos um parente direto,
temos direitos a nos ausentar por 3 dias do trabalho.
quem casa, tem 5 dias.
Quando nasce um filho, a mãe tem licença de 120 dias e o pai ganha 5 dias.
Como se chega à conclusão de que três dias de luto é suficiente?
Por que dois é pouco e quatro é demais?
Seria o primeiro dia para enterrar o morto,
o segundo para limpar os armários
e o terceiro pra chorar?

E depois, a vida continua?!



quarta-feira, 8 de julho de 2009

por entre os vivos

Não sou o Brás, mas também escrevo depois de morto. Meu nome o mundo conhece... todos já ouviram falar em coca-cola, Jesus Cristo e Michael Jackson. Sou o ultimo da lista, porém meu nome é o único que cantou, dançou e bebeu; claro que há também a personagem de Manuel Bandeira, só que ela foi, em vida, diferente de mim, morava em um barraco sem numero; eu morava onde todos sabem: na terra do nunca.
Também troquei de cor. Se tivesse uma chance de falar com o segundo da lista - talvez agora dê – perguntaria o por quê de preto. Sou assim, como o “rei” Roberto Carlos, não suporto preto. O branco é limpo, remete à paz, a tranqüilidade. Juro que perguntaria... por que preto?
Agora que estou aqui neste lugar entre os homens, porém invisível aos olhares mortais, vejo o quanto são falsas as pessoas. São muitas as lágrimas que umedecem o meu caixão de ouro.
Nestas novas andanças por entre os vivos, pude notar que meu pai chorou, e foi sincero. Talvez algum mortal se pergunte, como percebe a sinceridade? Só os mortos a percebem. Papai foi sincero. Claro que há por de traz do sentimento um olhar financeiro que lhe rendeu cinco milhões de dólares pelas lágrimas; mas o que importa este pequeno detalhe agora?
Maldito Kafka; quando o li, ainda preto, comecei a notar um mundo diferente, angustiante. Meu pai aparecia neste mundo como carcereiro da minha cela. Só agora, depois de defunto/escritor, vejo o quanto meu pai é sincero. Se eu pudesse mudar o testamento...



pirenco

segunda-feira, 6 de julho de 2009

...libertação

...Passando pelo corredor, um enorme relógio marcava 13h45, uma mensagem chamou minha atenção.

[...] Tenho muito medo de morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhação, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dona de mim mesma, solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mão dadas comigo, falar sobre a minha morte [..] (Rubem Alves)

Aquelas "drogras paliativas heróicas" para manter vivo um paciente são do meu ponto de vista, uma violência ao principio da "reverência pela vida."
Porque se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, ele ouviriam dizer:
-Liberta-me!!!!!