sexta-feira, 27 de março de 2009

Possuo- te.

Fazer o que pode/
Poder fazer o que quer/
É como beijar a boca do poder./

Medingar o que fazer/
Não fazer o que quer/
É como enganar a tribo que nunca viu o mar./

Fazer de conta querer/
Esbaldando poder/
É como cantar hino sem prazer./

Se tudo que posso é poder/
E todo poder é prazer/
Vamos gozar juntos, poder?/

quinta-feira, 26 de março de 2009

até o fim

Esmeralda como sua avó, negra como sua avó, assim era a menina que morava em um lugar muito longe daqui.

Numa bela tarde de primavera, com dezenas de arvores na rua, Esmeralda saiu de sua simples casa, no começo da rua, para ir ao fim, na casa de sua amiga Dandara.

Sempre descalça. na rua de terra Esmeralda caminhou... caminhou... poucos metros por entre as sombras das arvores, quando viu uma colorida borboleta. suas cores pareciam a de um belo arco-íris.

Observou os gestos no ar, e começou a imitá-los. seus braços viraram coloridas asas que batiam lentamente. de sombra em sombra elas estavam indo ao fim da rua. a borboleta guiava Esmeralda.

Asas, braços. braços, asas. foram voando e andando. lento... lento... lento... as asas não mais guiava. a borboleta largou o ar, pousou na terra. Esmeralda parou. e a colorida borboleta disse: continue sem mim. este é o ciclo da vida. estou feliz por ter te guiado.

Esmeralda enxugou a salgada lagrima que fugia dos olhos e continuou caminhando até o fim da rua.



pirenco

quarta-feira, 11 de março de 2009

Tixiicuo

“A terra é de todo povo” disse Alexandre aos homens que habitavam terras longínquas. Fez amizade em tão pouco tempo que, as relações humanas entre seres de realidade geográfica diferente não se eram notadas; a essência da cumplicidade era regra.

Alguns, poucos, nativos ficaram receosos quando se viram ao lado de um homem branco que conservava sua barba desde o principio universitário; porém, esta aparente diferença logo deixou de existir para aqueles poucos nativos, pois o dia-a-dia, harmonioso, fez opacas as diferenças.

A tribo Tixiicuo apresentou a Alexandre os seus hábitos alimentares, porém não teve sua aceitação “carne crua? Não como”. Apesar deste “choque” de cultura, conseguiram viver prazerosamente por entre a mata.

Quando terminou sua pesquisa de campo para a universidade, Alexandre retornou à cidade “carregado” de sabedorias nativas. “Que pena que serão pouco utilizadas por entre a selva de pedras” pensava o estudante.

Quando se formou em antropologia com a tese: A CONVIVENCIA ENTRE POVOS INDIGENAS, E BRANCOS É SAUDAVEL. Ganhou visibilidade nacional.

Após alguns anos, uma equipe de reportagem visitou o local que antes Alexandre vivera. Havia só uma anciã tremula com os olhos bem abertos dizendo na língua Tixiicuo: “foi o branco”.



pirenco